Biologia, perguntado por LiviiFerreiraa, 1 ano atrás

como a poluição luminosa afeta os observatórios?

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Respondido por garotasestupidas01
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Segundo estudos recentes do Centro Nacional de Informações Ambientais (NCEI, nos EUA), 80% da população que vive na América do Norte e 60% de todos os habitantes da Europa não conseguem ver os braços da Via Láctea e as estrelas que ela possui. O bloqueio é causado principalmente pela poluição luminosa: de acordo com os mesmos estudos, 80% do mundo e 99% dos EUA sofrem de uma iluminação artificial que dificulta a visão das estrelas à noite.


E o motivo pelo qual as luzes artificiais atrapalham a visão do céu estrelado tem explicação: é o chamado "efeito SkyGlow". Basicamente, os postes de iluminação e outras formas de poluição luminosa acabam criando um brilho no céu das grande cidades, e é como se todas fossem dotadas de grandes faróis apontados para cima e emitissem feixes de luz todas as noites. Como estamos muito mais próximos dessa fonte de luz, ela acaba obstruindo a visão de qualquer estrela, assim como a luz do Sol faz durante o dia.


Enquanto nos EUA ainda existem partes com menor densidade populacional onde é possível ver o restante da galáxia durante a noite, principalmente no oeste do país, os pesquisadores descobriram que a Europa está completamente tomada pela poluição luminosa. Com o uso das informações publicadas pela NCEI, o Instituto Cooperativo para Pesquisa do Meio Ambiente (CIRES) criou um mapa interativo mostrando como as grandes cidades do mundo inteiro estão sendo afetadas por luzes artificiais muito fortes. Nele é possível ver como Paris, Nova Iorque e até mesmo São Paulo apresentam níveis bastante altos de poluição causada pela luz.


Ainda assim, o artigo também declara que uma boa parte do mundo não é afetada pelo problema de forma direta; lugares como a Groenlândia, a República Centro-Africana, a ilha neozelandesa de Niue e até mesmo a Somália possuem um céu 100% limpo de obstáculos luminosos, característica causada pela baixíssima densidade populacional desses lugares e também pelo desenvolvimento tecnológico inexistente nessas cidades.A poluição luminosa não é um problema novo e muito menos é algo passageiro: para os pesquisadores do NCEI, em cerca de alguns anos a maioria das paisagens que não sofre com o mal das luzes artificiais passará a lidar com essa questão indiretamente. Isto porque não é necessário ter luz em um determinado local para que o céu seja obstruído: a forte iluminação presente em Las Vegas, por exemplo, consegue afetar até mesmo quem está no Parque do Vale da Morte, que fica na Califórnia a mais de 160 quilômetros de distância da cidade.


Para complementar tudo isso, os dados compilados pelo DailyDot afirmam que o problema em não ver o céu da noite como ele realmente é pode trazer sérios problemas à saúde humana: uma iluminação artificial muito ostensiva durante a noite quebra o ciclo natural onde nossa espécie viveu por milhares de anos. Os efeitos disso estariam em distúrbios do sono e distúrbios alimentares, dois problemas extremamente comuns em populações urbanizadas. Em Cingapura, que é o país com os maiores níveis de poluição luminosa, o olho humano sequer consegue se adaptar completamente à noite, porque as luzes públicas e de letreiros pela cidade não permitem isso. Algo completamente bizarro.

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