Filosofia, perguntado por claranacl, 6 meses atrás

como a morte pode nos fazer voltar para um aspecto mais autêntico da realidade?

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Respondido por emanuelly1132
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Resposta:

Diante da facticidade e efemeridade da vida na qual o ser humano se vê mergulhado, várias questões existencias se apresentam ao espírito humano, como a busca pela origem, pelo sentido da vida. Tais questões tocam o mais profundo do existir humano e sempre permanecem indecifráveis, enigmáticas e misteriosas ante a nossa capacidade limitada de conhecer a razão de todas as coisas.

Em nosso texto versaremos a respeito de uma das questões existenciais que mais desperta a curiosidade e desencadeia uma série de sentimentos, os mais variados, em todos aqueles que têm consciência de sua própria existência, a saber, o tema da morte. Para tanto nos valeremos do pensamento heideggeriano, e partiremos de sua analítica existencial dos modos de ser do Dasein que, no modo de ser-para-a-morte, nos apresentará a morte como horizonte de possibilidades para uma vida autêntica.

O modo de ser do Dasein é ser enquanto existente, pois sua essência é a existência, e existência é poder ser no sentido de projetar-se, de superar-se, de transcender. O Dasein existe enquanto é ser-no-mundo. “Estar no mundo significa fazer do mundo o projeto das ações e dos possíveis comportamentos do Dasein” (VALE, 2008, p. 14). Entretanto, o Dasein não se restringe só a este modo de ser, seu ser não pode ser determinado apenas por esta estrutura. Isso significa que existem outras.

Ao mesmo tempo em que o Dasein é ser-no-mundo, ele é também ser-com os outros. “Heidegger observa que quando lançado no mundo, o Dasein mantém uma interação, uma relação, consigo mesmo, com os outros entes e com o mundo” (VALE, 2008, p. 16). Mesmo quando não deseja, ele, ainda assim, mantém-se em relação com o outro, pois compartilha o mundo com ele. A ação do outro sempre reflete sobre os demais Daseins.

Sendo no mundo e com os outros, o Dasein é também ser-em um mesmo mundo com os outros. Este modo de ser “(…) é, pois, a expressão existencial do Dasein na medida em que este possui, por constituição essencial, o ser-no-mundo, sendo assim (…) ser-em faz parte da essência do Dasein” (VALE, 2008, p. 18).

Pudemos perceber acima que o Dasein possui uma multiplicidade de estruturas de ser. Todavia, estas estruturas unidas formam sua unidade estrutural. Para compreendermos como esta unidade se dá, precisamos entrever o modo pelo qual o próprio Dasein se mostra para si de forma unitária, simplificada, de forma que seguindo este mostrar-se, elabore seu sentido existencial. E essa experiência é realizada através do sentimento da angústia que se torna fundamental (DUBOIS, 2005, p. 41).

Primeiramente, é preciso deixar claro que a angústia não se confunde com o medo. “O temor é de alguma coisa, a angústia, ao contrário, é angustia de nada, diante de nada. É necessário interpretar esse nada, esse nada não é nada. Nenhum ente intra-mundano, pois a angústia é precisamente a experiência do ser-no-mundo enquanto tal (…)” (DUBOIS, 2004, p. 41), ou seja, a experiência do próprio dasein. Portanto o medo diz respeito diretamente aos entes intramundanos, ao passo que a angústia, pelo contrário, não se refere a nenhum ente intramundano (VALE, 2008, p. 23).

Explicação:

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