Como a matemática influenciou para inclusão das mulheres no meio acadêmico da NASA?
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Quando a Nasa começou a usar computadores para a missão na qual o astronauta John Glenn orbitou a Terra pela primeira vez, em 1962, Katherine foi consultada para verificar os cálculos da máquina. “Se ela diz que são bons, então estou pronto para ir”, disse o astronauta, como lembra Katherine em depoimentos reunidos no site da Nasa.
Nos anos 1960, “os computadores usavam saias”, afirmava a matemática. À época, as centenas de mulheres que trabalhavam na agência especial tinham pouco reconhecimento. A situação era ainda pior para Katherine e outras mulheres negras, que além de serem marginalizada por causa do sexo também sofriam discriminação pela cor da pele.
As leis de segregação racial estavam em vigor nos Estados Unidos e as mulheres negras que trabalhavam como “computadores” eram submetidas a uma dupla segregação. Tinham escritórios, restaurantes e banheiros distintos dos outros matemáticos na Nasa. As mulheres brancas, por sua vez, foram segregadas dos matemáticos e engenheiros da agência.
A história do grupo de matemáticas negras da Nasa que alavancou os Estados Unidos na corrida espacial durante a Guerra Fria foi contada no filme “Estrelas além do tempo” (“Hidden Figures”), de 2016, baseado no livro biográfico de Margot Lee Shetterly com o mesmo título. Interpretada pela a atriz Taraji P. Henson, Katherine foi a figura central do filme. Octavia Spencer e Janelle Monáe representaram suas colegas da vida real Dorothy Vaughan e Mary Jackson.
O longa foi indicado a três Oscars, incluindo Melhor Filme. Embora não tenha vencido, Johnson, à época com 98 anos, foi aplaudida de pé quando apareceu no palco com o elenco na cerimônia da premiação, em fevereiro.
Filha de um fazendeiro e uma professora, a matemática nasceu em 26 de agosto de 1918 em White Sulphur Springs (Virgínia, EUA). Seu brilhantismo era evidente desde cedo: aos dez anos, já cursava o ensino médio. Entrou para a Universidade Estadual de West Virginia aos 14 anos, onde se graduou em Matemática e Francês com honras máximas. Em 1937 começou a dar aula em uma escola pública para negros.
Quando um parente lhe disse que havia vagas na seção de computação da ala oeste (onde trabalhavam os afro-americanos) do Laboratório Langley da Naca – a agência que antecedeu a Nasa – não pensou duas vezes e se mudou com seu marido para Hampton, na Virgínia. Obstinada, se recusou a limitar seu trabalho aos cálculos e pedia para participar de reuniões com os engenheiros, algo inédito para uma mulher e afro-americana.
A matemática trabalhou no centro Langley até 1986, participando de diversos projetos e sendo autora e coautora de mais de 20 estudos científicos. Reconhecendo o valor de sua carreira, o então presidente americano Barack Obama lhe homenageou, em 2015, com a Medalha da Liberdade, condecoração civil mais importante do país. “Katherine G. Johnson se recusou a ser limitada pelas expectativas da sociedade em relação a seu gênero e raça, ao expandir os limites do alcance da humanidade”, disse Obama em seu discurso. O Centro de Pesquisa Computacional Katherine G. Johnson da Nasa também foi batizado em sua homenagem.
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