Como a história da África ajuda a perpetuar a visão racista da Sociedade?
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Resposta:
O brasileiro não entende que somos fruto de uma história anterior. Aqui não se estuda a História de Portugal, da Espanha, da Itália, dos árabes. O mesmo digo sobre índios e negros. Tudo está conectado. A campanha de Napoleão na Europa impacta diretamente o Brasil Colônia e, consequentemente, a independência. As rebeliões de negros ocorridas na Bahia no século XIX estão diretamente ligadas às jihads na Nigéria. O exemplo de Napoleão é utilizado; o que não ocorre com as rebeliões na Bahia. É preciso saber que as guerras na África tinham papel importante na oferta de africanos escravizados. Elas influenciaram a formação do Brasil, mesmo que não percebamos.
Explicação:
Vários livros didáticos insistem em apresentar o africano no Brasil como o escravo oprimido, o quilombola resistente ou a mão de obra submetida a todo tipo de exploração. É tristeza, dor, sofrimento de um lado; do outro, é festa, cantoria, dança, alegria exagerada. Os opostos formam um estereótipo cristalizado no imaginário popular. É muito pouco. Onde está a contribuição dada pelo africano para o desenvolvimento da criação extensiva de gado no Brasil? Os grandes artesãos, artífices e profissionais negros que foram fundamentais na vida do Brasil Colônia e do Brasil Império não aparecem nos livros didáticos. Quem conhece a trajetória profissional dos irmãos Antônio e André Rebouças como engenheiros? André é um dos principais nomes da engenharia brasileira na segunda metade do século XIX, amigo de Pedro II. E nada da África aparece nos livros. É um continente que parece só existir após a chegada do europeu.