como a globalização contribui para a disseminação de doenças pelo o mundo?
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Fluxos migratórios e mudanças ambientais são alguns dos fatores que aumentam a disseminação de doenças pelo globo; especialistas alertam que medidas pontuais são insuficientes para evitar pandemias
O mundo é uma bola. Se reparar bem, parece miúdo como uma bola de gude. Pelo menos é esta a sensação em tempos de globalização, quando o deslocamento de pessoas, capital e mercadoria por diversos pontos do planeta ocorre com extrema facilidade. Esse fator, típico da sociedade contemporânea, também faz com que alguns vírus viajem com velocidade acelerada contribuindo para a disseminação de doenças e para o reaparecimento de outras inúmeras enfermidades – algumas ressurgem sob formas mais letais; outras se renovam tornando-se imunes aos medicamentos.
Em 2003, uma síndrome respiratória aguda grave, mais conhecida como Sars, cujo primeiro caso foi registrado na China, provocou pânico mundial espalhando-se por outros países da Ásia e chegando ao Canadá em um período de sete meses. Em 2006, na Indonésia, foi a vez da gripe aviária fazer soar o sinal amarelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a possibilidade de uma pandemia da doença, depois que uma mulher infectada por contato com aves repassou o vírus a seis parentes. Três anos depois, no México, foi registrada a ocorrência de um novo tipo de gripe, causada pelo vírus Influenza tipo A/H1N1, inicialmente conhecida como gripe suína, que rapidamente se alastrou por Estados Unidos, Canadá e Espanha, levando a OMS a declarar essas incidências como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Recentemente, a epidemia de ebola, na África, tem levado susto, precaução e também preconceito a diversas regiões do planeta, inclusive ao Brasil.
A cada novo alerta de risco de uma pandemia provocada pelas chamadas “doenças globalizadas”, são impostas barreiras ao trânsito de pessoas. Medidas em portos e aeroportos são comuns e, até certo ponto, necessárias. Mas, de acordo com a Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), órgão do Ministério da Saúde responsável, em âmbito nacional, por todas as ações de vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis, essas medidas por si só não garantem que o país esteja protegido. Isso porque, durante o período de incubação da doença, é possível viajar o mundo inteiro, mais de uma vez, como explica o médico epidemiologista e sanitarista Jarbas Vasconcelos, titular da SVS. “E no período de incubação, você não tem mecanismos absolutamente eficazes pra detectar a presença ou não de determinado vírus”, diz Jarbas.
Como no mundo moderno o compartilhamento de riscos ocorre de maneira quase imediata, isso traz muitos desafios à saúde pública. “Aquela ideia que se tinha de que estar protegido era fechar aeroportos e praticamente parar o mundo é impraticável. Hoje, estar protegido é ter capacidade de detectar rapidamente a importação de um vírus, caso ocorra, e tomar todas as medidas cabíveis para evitar danos à população do país”, aponta o secretário, acrescentando que isso exige uma preparação de toda a rede do sistema de vigilância em saúde de cada país a fim de que se realizem ações de contenção de determinada doença
Explicação:
bons estudos