Filosofia, perguntado por layanaalves230, 10 meses atrás

como a fenomenologia aborda a intersubjetividade​

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Respondido por wellingtonsilvowhwyk
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Resposta:

a questão da intersubjetividade a partir de um ponto de vista ontogenético. Discutimos as posições teóricas adotadas por estudos acerca da intersubjetividade no campo da cognição social, em particular os estudos centrados no conceito de atenção conjunta e em sua interpretação com base em constructos relativos à teoria da mente. Entendemos que, na ideia de atenção conjunta, subjaz uma intuição profunda a respeito da constituição de um mundo partilhado socialmente, e cuja natureza pode ser investigada para além da predominância da atitude reflexiva, que define a partilha do mundo num quadro conceitual que articula objetivismo e solipsismo. Nossas observações e análises apoiam-se em aportes da filosofia fenomenológica. Destacamos a dívida racionalista que se contrai por meio da teoria da mente e a possibilidade de se tratar dos aspectos ontogenéticos da intersubjetividade com base em abordagens descritivas que possibilitem a problematização do sentido da experiência de coexistir.

Palavras-chave: Intersubjetividade. Cognição social. Fenomenologia.

Explicação:

a questão da intersubjetividade a partir de um ponto de vista ontogenético. Interessa-nos discutir as posições teóricas adotadas por estudos acerca da intersubjetividade no campo da cognição social, em particular aqueles centrados no conceito de atenção conjunta e em sua interpretação com base em constructos relativos à teoria da mente. No seio dessas pesquisas, promovem-se debates entre psicólogos, neurocientistas e filósofos que opõem aportes intelectualistas, naturalistas e descritivos acerca da compreensão da intersubjetividade. Partimos da ideia de atenção conjunta por entendermos que nela subjaz uma intuição profunda a respeito da constituição de um mundo partilhado socialmente, e cuja natureza pode ser investigada para além da predominância da atitude reflexiva, que define a partilha do mundo num quadro conceitual que articula objetivismo e solipsismo. Nossas observações e análises apoiam-se na filosofia fenomenológica, principalmente no pensamento de Merleau-Ponty e em aportes recentes devidos a Bimbenet (2011).

Teoria da mente

Deixando em segundo plano as indagações relativas à passagem do comportamento animal ao comportamento humano, gostaríamos de discutir a interpretação da atenção conjunta a partir da "teoria da mente", quadro em que se inserem as definições da relação do bebê com outrem a partir de um plano analógico, e endossado pelo próprio Tomasello (2003).

Teoria da intersubjetividade

A ideia de uma interioridade "transparente a ela mesma", fechada ao outro e que, em vista disso, deveria ser decifrada, não se sustenta diante de uma "descrição rigorosa da intersubjetividade", assevera Bimbenet (2011, p. 350).

Constituição conjunta

Como, enfim, compreender, em consonância com a teoria da intersubjetividade, essa mudança qualitativa na relação da criança com o adulto? A título de prelúdio a comunicações vindouras, limitar-nos-emos a apresentar alguns caminhos indicados por Bimbenet (2011).

Primeiramente, vale ressaltar a influência do que o autor chama de "paradigma cognitivo" sobre a filosofia da mente, a psicologia e mesmo a etologia. Entre os pontos de desdouro deste paradigma, o autor menciona a "definição fortemente intelectualizante dos comportamentos vivos" (Bimbenet, 2011, p. 35) e a desqualificação de toda exposição interpretativa ou descritiva como metafísica, assegurando-se valor apenas a discursos explicativos. .

Referências

Aquino, F. & Salomão, N. (2011). Intencionalidade comunicativa e atenção conjunta: uma análise em contextos interativos mãe-bebê. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24(1), 107-115.

Bimbenet, E. (2011). L'animal que je ne suis plus. Paris: Gallimard.

Bruner, J. (2008). Actos de significado. Lisboa: Edições 70.

Gallagher, S. & Meltzoff, A. (1996). Le sens précoce de soi et d'autrui: Merleau- Ponty et les études développementales récentes. In B. Andrieu (Org.), Philosophie du corps: experiences, interactions et écologie corporelle. (pp. 83-127). Paris: Vrin, 2010. (Publicado originalmente em 1996. )

Guillaume, P. (1926). L'imitation chez l’enfant. Paris: PUF, 1968. (Texto original publicado em 1926)

Köhler, W. (1929). Psicologia da Gestalt. D. Jardim (Trad.). Belo Horizonte: Itatiaia, 1980. (Publicado originalmente em 1929)

Lacan, J. (1949). Le stade du miroir comme formateur de la fonction du Je telle qu'elle nous est révélée dans l'expérience psychanalytique. In J. Lacan. Écrits I. (pp. 92-99). Paris: Éditions du Seuil, 1999. (Publicado originalmente em 1949)

as referências estão aí caso precise!

espero ter ajudado :]

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