Como a corrupção e a insegurança para os cidadãos e para os negocios são tratados no filme: Inimigos do Estado?
Soluções para a tarefa
Anotação em 2010: Um bom filme de ação de Tony Scott. Tem grande elenco em boa forma, uma ótima trama, intrincada mas bem engendrada, bem contada, envolvendo intriga política e levantando uma boa discussão sobre segurança nacional versus privacidade das pessoas. O filme é de 1998, e é fascinante ver esse tema apresentado em filme feito pouco antes dos ataques terroristas do 11 de setembro de 2001, que tornaram a questão ainda mais polêmica e crucial.
Como é de 1998, e é uma grande produção do cinemão comercial americano, tem, lá pela segunda metade, os inevitáveis exageros, o over do over que é uma das características básicas dos filmes de ação de Hollywood nas últimas décadas. Mas, como é de Tony Scott, um artesão competente, tem também excelentes seqüências de ação.
O começo é de um filme de intriga política. Vemos um homem – interpretado por Jason Robards Jr, cujo nome não está nos créditos iniciais – passeando com seu cachorro em um parque de Washington. É um veterano deputado, presidente de uma comissão parlamentar que está para votar um projeto que dá à Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) autorização para implantar um complexo sistema de vigilância nas grandes cidades, que usa câmaras, satélites, escuta – um esquema que ameaça a privacidade das pessoas mas, segundo seus defensores, é arma eficientíssima no combate ao crime e ao terrorismo. Um imenso aparato que, nos anos 30 e 40, foi previsto em distopias como 1984, de George Orwell, ou Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley (a expressão brave new world será citada pelo personagem de Gene Hackman), mas que hoje é cada vez mais real.
Aproxima-se do deputado um sujeito que tenta mais uma vez fazer lobby a favor da aprovação do projeto. O sujeito, Reynolds (Jon Voight), veremos depois, é chefe de um departamento na NSA, e na verdade já controla o sistema de vigilância que ainda não foi autorizado a funcionar pelo Congresso. É, até então, um sistema clandestino, e sua existência sequer é do conhecimento do diretor da NSA – quanto mais do resto do governo e do coitado do povo que financia tudo.
Bem no início da narrativa, um deputado é assassinado
Como o deputado mais uma vez se nega a fazer qualquer movimento pela aprovação do projeto, é assassinado ali mesmo pelos agentes a mando de Reynolds, com uma injeção de veneno atrás da orelha. Os assassinos – gente profissional, bem treinada, com dinheiro do povo – colocam vidro aberto de remédios no assento do carona do carro do deputado, metem o deputado no carro e o empurram para dentro de um lago.
E aí ficaremos conhecendo o protagonista da história, Robert Clayton Dean (o papel de Will Smith, na foto), um ativo e competente advogado trabalhista que está, naquele momento, envolvido com uma história complexa e barra pesada. O advogado defende um importante sindicato, que está sendo importunado por mafiosos sob o comando de um tal de Pintero (Tom Sizemore); Dean consegue uma fita de vídeo em que Pintero, então em liberdade condicional, aparece em atividades ilegais. Se a fita fosse apresentada à Justiça, Pintero seria preso de novo, por mais um longo período. Dean ameaça levar a fita à Justiça caso o mafioso continue a pressionar o sindicato.
ESPERO TER AJUDADO !