Ed. Física, perguntado por VitóriaNeves16, 1 ano atrás

Como a Austrália se classificou para a copa de 2018?
Pfv me ajudeemm

Soluções para a tarefa

Respondido por GabrielKun01
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eu acho q posso te ajudar.

O futebol raramente teve popularidade ao longo da história da Austrália e foi a Copa do Mundo que ajudou a começar a mudar isso. Em 2002, com a Copa acontecendo na Coreia do Sul e no Japão, o evento foi comprado e amplamente mostrado na TV. A Austrália não participou do torneio, mas com o fuso horário próximo dos dois países-sede, o Mundial virou febre, a ponto de dar mais audiência na TV que o rúgbi, em suas duas modalidades, union e league. E, repito, sem a Austrália representada.

Por isso, quando a Austrália chegou à Copa do Mundo em 2006, o futebol ganhou muita força. A história da Austrália até ali em Copas era bastante curta. Só uma participação, em 1974, quando se classificou com um time cheio de amadores que derrubou a Coreia do Sul, na repescagem. Depois de mais de 30 anos, o desafio era outro. Dominante na Oceania, a Austrália sofria porque havia a repescagem para ser disputada e o país se frustrou seguidas vezes. Para a Copa de 1986, caiu na repescagem para a Escócia; para a de 1994, passou pelo Canadá, mas caiu diante da Argentina de Diego Maradona; para a de 1998, foi a vez de perder a repescagem para o Irã; para a de 2002, bateu na trave contra o Uruguai. Finalmente, para a Copa de 2006, o adversário era o mesmo do ciclo anterior, o Uruguai, mas o resultado foi diferente.

A Austrália tinha passado com um pé nas costas pelas Eliminatórias, goleando com facilidade os adversários. Com um time já em um nível muito superior aos rivais da Oceania, o desafio era sempre ter que enfrentar a repescagem. O time tinha Guus Hiddink no comando, o mago que tinha levado a Coreia do Sul até a semifinal da Copa de 2002 (ajudado por arbitragens absurdas, é bom dizer).

O Uruguai vivia uma fase decadente, mas era, ainda, o Uruguai. Comandado por Jorge Fossati, os uruguaios tinham o capitão Paolo Montero e já tinham no elenco Diego Forlán, além de veteranos como Álvaro Recoba e Marcelo Zalayeta. Em Montevidéu, vitória uruguaia por 1 a 0 diante de um Centenário pulsante. Mas a volta seria na Austrália. Diante de mais de 80 mil pessoas no estádio de Telstra, em Sydney, os australianos devolveram o placar de 1 a 0. E foi da maneira mais dramática possível que a classificação chegou: nos pênaltis. John Aloisi cobrou a última penalidade e fez o país entrar em festa. É esse o chute mais importante da história do futebol australiano.

Tudo ali foi pensado. A Austrália sabia todos os problemas das vezes anteriores. Um dos principais era a logística. Os dois jogos foram separados por poucas horas. O primeiro jogo foi no dia 12 de novembro de 2005, às 18h locais. O segundo jogo foi no dia 16 de novembro, às 20h locais – ou seja, 7h da manhã no horário uruguaio. Os australianos normalmente não contavam com um apoio local forte. Desta vez, a federação australiana preparou um plano de guerra, transformando aquele dia em um épico, anunciando e pedindo o apoio da torcida. O capitão Mark Viduka, uma das estrelas do time, também pediu: “vistam amarelo”. O apoio foi massivo com as mais de 80 mil pessoas.

A ABC, da Austrália, chamou o jogo da classificação de “momento mais significativo do esporte australiano desde que Cathy Freeman ganhou o ouro nas Olimpíadas de Sydney”. A noite teve Mark Shwarzer como um dos heróis, com atuação soberba para impedir o gol uruguaio que tornaria a missão muito, mas muito mais difícil. E os pênaltis ainda tiveram o drama de Viduka perder a sua cobrança. Mas coube a Aloisi marcar o gol que mudou a história da Austrália na Copa. Novamente, o país estaria em uma Copa na Alemanha.

A estimativa é que 60 mil australianos tenham ido acompanhar os Socceroos na Alemanha, a maior movimentação de australianos depois da Segunda Guerra Mundial. Muitos foram até lá mesmo sem ingressos, só para acompanhar e participar da festa. Na Austrália, muitas pessoas se reuniam no meio da noite, por causa do fuso, para assistir aos jogos. A campanha deixou todos empolgados e orgulhosos.

Tudo mudou desde então. Meses depois da Copa, a Austrália oficialmente deixou a Confederação de Futebol da Oceania (OFC) para se juntar à Confederação Asiática de Futebol (AFC). Uma medida que fazia sentido não só geograficamente, pela proximidade, mas pelo nível. A Austrália tinha nível para disputar com os asiáticos e, assim, beneficiar todo o seu futebol com a participação na Liga dos Campeões da Ásia. E, além disso, algo fundamental: disputar vagas diretas de classificação à Copa. Algo que a Austrália aproveitou em 2010 e 2014. Sofreu em 2018, lembrando os tempos de repescagem, mas estará, mais uma vez, no maior palco do mundo do futebol. Um momento tornado possível também pelo chute de Aloisi, que estufou as redes naquele 16 de novembro. Tão importante que se tornou um filme, documentário que conta a história daquele time e da épica classificação.

Participações em Copas: quatro (1974, 2006, 2010, 2014)
Melhor campanha: oitavas de final (2006)



VitóriaNeves16: Obgd anjo
GabrielKun01: dnd
GabrielKun01: n ha de que
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