Comente sobre o processo de legalização da capoeira no Brasil
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Nos dias de hoje a capoeira está por todo o mundo. O mais importante ainda é que faz sucesso! O “esporte verdadeiramente nacional”, nas palavras de Getúlio Vargas.
Em 2008, o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) contemplou a capoeira com o título de patrimônio cultural imaterial. Arte que por muito tempo era considerada marginal e reprimida pela sociedade.
Então como explicar o sucesso da capoeira nos dias atuais?
Grande parte do que temos hoje na capoeira devemos a dois grandes capoeiristas: o Mestre Bimba e o Mestre Pastinha.
O primeiro, Mestre Bimba, incorporou novos movimentos ao jogo tradicional de capoeira e criou uma nova modalidade, a capoeira Regional.
O segundo, Mestre Pastinha, defendeu a modalidade tradicional, a Angola, preservando as tradições da capoeira e movimentos menos agressivos. Alguns consideram a capoeira Angola de capoeira-mãe.
A capoeira foi considerada crime previsto no Código Penal da República Brasileira até 1937. Mestre Bimba contava que “a polícia perseguia um capoeirista como se persegue um cão danado”. Os castigos dados aos praticantes era amarrar cada um dos punhos em um cavalo, que eram postos a correr até o quartel. Dizia, inclusive, que “era melhor brigar perto do quartel”, para evitar casos de morte. “Naquele tempo, capoeira era coisa pra malandro.” (as frases entre aspas fazem parte da cultura oral da capoeira).
A capoeira só saiu da marginalidade no governo de Getúlio Vargas. O governador da Bahia solicitou uma apresentação da arte ao Mestre Bimba que concordou. Conta-se, de tradição oral, mais do que certamente, que o presidente teria dito que capoeira era verdadeiramente nacional.
Motivado pelo acontecido, Mestre Bimba registra sua primeira escola, e certamente a primeira do gênero: Luta Regional Baiana, era o nome da escola. Daí o estilo de capoeira ser conhecido como Regional.
Mestre Bimba inspirou-se no antigo batuque, uma luta africana na qual seu pai teria sido grande campeão. Acrescentou novos golpes à capoeira tradicional e ritmos mais dinâmicos. Desenvolveu também o primeiro método sistemático, que basicamente eliminou a malícia da postura do capoeirista e estabeleceu regras rígidas de conduta e disciplina para os alunos, como não fumar, não beber e praticar os fundamentos todos os dias.
É correcto afirmar que a capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, praticado e muito provavelmente criado na época da escravidão, é a capoeira angola.
As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia.
O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas.
Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.