Comente sobre a expansão do cristianismo durante o império romano e sua adoção como religião oficial do império.
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Resposta:
Historicamente, os fatos que fundamentaram o cristianismo ocorreram durante o Império romano, nos últimos séculos da Idade Antiga, que se estendeu de aproximadamente 3.500 a.C. até 476 d.C.
O cristianismo surgiu a partir da doutrina dos homens que seguiram Jesus Cristo. Jesus foi um judeu que nasceu e morreu na região onde atualmente se situam a Jordânia e Israel, no Oriente Médio, território sob o domínio dos romanos no século 1.
Como a maior parte do mundo ocidental até hoje segue o calendário cristão, o ano 1 de nossa era é justamente marcado pela data aproximada em que Jesus nasceu. O destaque dado a esse personagem histórico, nascido em Belém (cidade localizada no Reino da Judeia), deve-se ao fato de ele ser considerado por seus seguidores como o filho de Deus.
Pedro, Paulo e a Bíblia
Alguns judeus acreditaram que Jesus fosse o messias, ou seja, o enviado de Deus para redimir a humanidade, de que falavam seus textos sagrados. Outros não. Assim, as autoridades judaicas passaram a persegui-lo.
Segundo os registros deixados por seus discípulos - que depois foram a base para a segunda parte do livro sagrado dos cristãos, a Bíblia - Jesus foi morto na cruz pelos seus perseguidores e teria ressuscitado, demonstrando seu poder divino. Essa crença no messias foi, portanto, alimentada para além da morte de Jesus e veio a se constituir numa religião.
Os seguidores de Cristo, seus apóstolos (discípulos), como Pedro e Paulo, na década de 50 d.C. espalharam os ensinamentos e as histórias sobre Jesus em Roma e na Europa.
Escreveram textos sobre a nova religião, que viriam a integrar o Novo Testamento, a segunda parte da Bíblia. A primeira parte, ou Velho Testamento, é o mesmo livro sagrado dos judeus, a Torá.
Os fatos ali relatados foram sendo escritos no decorrer da história do povo judeu (hebreu), em mais de 4.000 anos. Esses livros tiveram como base os mitos e as lendas sobre o origem do mundo e acontecimentos vividos por esse povo.
O que difere os judeus dos cristãos é que os primeiros não acreditaram que Jesus fosse o filho de Deus e os segundos, sendo judeus na origem, abandonaram sua religião e passaram a expandir a fé em Cristo para outros povos, fundando para isso uma nova igreja, chamada cristã.
O surgimento da Igreja
Os descendente dos apóstolos, que começaram a espalhar o cristianismo pelo mundo, eram chamados de patriarcas. Assim, as comunidades constituídas pelos apóstolos foram se perpetuando mesmo após a morte deles, fazendo o cristianismo se fortalecer como igreja.
"Igreja" vem da palavra grega "eclésia", que significa assembleia, representando, portanto, a reunião de homens que compartilham as mesmas ideias e práticas.
Perseguidos pelos romanos durante séculos, os cristãos sofreram uma série de torturas. Foram acusados de incendiar Roma na época do imperador Nero (54 a 68).
De maneira geral, era comum se queimarem os cristãos vivos ou fazê-los serem devorados por feras, à vista de todos, nas arenas dos circos romanos. Essa repressão tinha o propósito de evitar que o cristianismo continuasse a se expandir pelo Império.
As ideias dos primeiros cristãos assustavam Roma porque eles não concordavam com a adoração ao imperador como deus vivo e pregavam igualdade entre os homens.
Dessa forma, no decorrer dos séculos, essa religião de apelo popular foi conseguindo cada vez mais adeptos. Os romanos, então, acharam mais conveniente se aproximarem dela do que continuarem a persegui-la.
Religião oficial de Roma
Assim, em 313, o próprio imperador Constantino converteu-se ao cristianismo e permitiu o culto dessa religião em todo o Império. Oitenta anos mais tarde, a história inverteu-se completamente. Em 391, o cristianismo não só se tornou a religião oficial de Roma, como todas as outras religiões pagãs passaram a ser perseguidas.
A partir do momento em que o Império resolveu tornar a religião cristã oficial para os romanos e todos os povos por eles dominados no século 4, a Igreja cristã começou ganhar força, como uma instituição poderosa.