Comente as instabilidades políticas do Estado francês após a queda de Napoleão III.
Soluções para a tarefa
sem.
Resposta:Os anseios conservadores, as ações revolucionárias, o início das instabilidades políticas e a transformação do Estado francês no século XIX podem ser exemplificados, basicamente, a partir da queda de Napoleão Bonaparte e da instalação dos “Bourbons” no poder – Luís XVIII (1814-1824) e Carlos X (1824- 1830), bem como pelas tentativas de restabelecimento do Império, tanto da antiga Aristocracia, quanto do próprio Napoleão, como testemunham os acontecimentos dos Cem Dias de 1815.
Não há dúvida de que o predomínio da aristocracia fundiária francesa, fiel às idéias do Antigo Regime, provocou a queda de Carlos X, em 1830, e de que o advento de uma realeza burguesa reconfigurou o cenário político francês. Entre 1830-1848, assumiu o poder o rei Luís Filipe, numa França marcada pela supremacia política e econômica de sua burguesia. Porém, em 1848, a abdicação ao trono por parte daquele soberano alterou novamente o cenário político francês, que passou a conviver com a instauração da Segunda República, estabelecida por sufrágio universal. As instabilidades políticas não cessaram e até se aprofundaram com as jornadas revolucionárias de junho de 1848, marcadas pela revolta operária, que lançaram novamente a República no Conservadorismo. A Segunda República durou até 1852, ano em que Luís Napoleão Bonaparte, sob o título de Napoleão III, proclamou o Segundo Império (1852-1870), através de um golpe de Estado.
Toda essa constituição deu-se lá atrás por ocasião das penetrações da “Grand Armée” - o exército napoleônico que, durante o final do século XVIII e os primeiros quinze anos do século XIX, expandiu as posses territoriais da França. No entanto, as conquistas territoriais francesas, decorrentes da subjugação de outras populações, na Europa e na África, ao final das expedições de Napoleão, foram anuladas em decorrência do Tratado de Paris, de modo que os limites do território da França acabaram reduzidos para dimensões menores do que as anteriores.
Já em 17957, os exércitos franceses ocupavam a região de Bilbao na Espanha, realizavam alianças com a Prússia e com os holandeses contra os ingleses e lançavam suas intenções sobre toda parte sul e leste do seu território.
As idas e vindas diplomáticas, tanto na negociação do estabelecimento de novos territórios, quanto no reconhecimento de porções territoriais em outros países como o caso dos Países Baixos e das possessões americanas, proporcionaram a necessidade de defesa das nacionalidades, ao longo do século XIX. Essas modificações nas porções territoriais dos países influenciaram a posse e/ou a perda de certos grupos de seus respectivos poderes políticos em seus países, e no caso da França, especificamente a luta que se travava, principalmente após a Revolução de 1789, entre liberais e conservadores, reverberava na política ora imperial ora republicana do Estado francês.
O fato é que, até 1814, as alianças francesas em busca do estabelecimento de um império grandioso e financiado por sua burguesia foi uma constante. Desde 1801 – quando Napoleão foi promulgado cônsul vitalício, efetivando a sua posição em 1804 na outorga do código napoleônico em que conjuntamente concretizou seus ideais imperialistas no exterior, expandindo os domínios territoriais da França, como o caso das invasões do exército napoleônico aos territórios da Áustria (Wagram), Portugal, Espanha, Nápoles e Holanda –, a França lançava seu projeto de domínio externo como paradigma do mundo moderno e da novidade trazida pela revolta burguesa.
devolução das colônias francesas – Tobago, Santa Lúcia e Maurício – bem como o reconhecimento da independência dos Países Baixos, da Suíça e de alguns Estados italianos. Além dessas determinações, outros territórios além do francês tiveram alterações territoriais, como o caso da Áustria, que recebeu o reino da Lombardo- Véneto, Salzburgo e Tirol; e da Prússia, que recebeu parte do Ducado da Varsóvia, Danzig e parte da Saxônia.
Mesmo diante do regresso do ex-imperador Napoleão do exílio e da assunção ao poder na França em 1815, as discussões prosseguiram, concentradas em determinar a forma territorial da Europa depois das guerras napoleônicas. Por causa desse regresso de Napoleão, a assinatura final do Tratado e término do Congresso de Viena aconteceram em 1815, nove dias antes da derrota final de Napoleão na batalha de Waterloo. Depois disso, a França inicia uma época de poucas intenções belicosas, demonstradas pela redução de seu exército para pouco mais de 150 mil homens8 e pela prioridade à sua reestruturação interna.
Assim, podemos dizer que em 1814, Napoleão deixou o cenário político da França e neste ano a volta ao poder dos Bourbon com a subida de Luís XVIII marca o retorno ao trono da Aristocracia do Antigo Regime. Passado dez anos, Carlos X sucede Luis XVIII e depois em 1830 ocorre a subida da realeza burguesa de Luís Filipe.