Português, perguntado por patriciacibtob, 9 meses atrás

Com o objetivo de ampliar o conhecimento que você tem sobre a produção poética amorosa e, ao mesmo tempo, preparar-se para produzir seus próprios poemas, leia o painel de poemas a seguir e depois, em grupo, troque com os colegas impressões sobre eles.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís de Camões. Lírica. São Paulo: Cultrix, 1976. p.123.)
Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
(Mário Quintana. Nariz de vidro. 8. ed. São Paulo: Moderna, 1984. p. 16.)
Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, escondida, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o estreitado aroma que subiu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, 
te amo diretamente, sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira, 
a não ser deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sono.
(Pablo Neruda. Presente de um poeta. Tradução de Thiago de Melo. Cotia-SP: Vergara & Riba, 2001. p. 30.)
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
(Carlos Drummond de Andrade. Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984. p. 35-36.)
Happy end​
o meu amor e eu
nascemos um para o outro
agora só falta quem nos apresente
(Cacaso. Lero-lero. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. p. 114.)
A partir da leitura dos poemas, troquem impressões a respeito das seguintes questões, entre outras.
• Quais desses poemas são sonetos?
• Em quais poemas os versos são regulares, isto é, têm a mesma métrica? Em quais os versos são livres?
• Quais poemas são mais ricos em metáforas e imagens?
• Em quais poemas o ritmo e a sonoridade são marcantes?
• Quais poemas têm linguagem mais acessível e coloquial?
• De qual poema você mais gostou?
sePor quê?​

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Respondido por migueljoaocardoso
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