Música, perguntado por sabrinarodrigu78, 5 meses atrás

Com base na música, apresente uma reflexão relacionado a letra da música com ás suas expectativas pessoais. 

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Respondido por lariibrito05
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Resposta: A musica parece fazer referência às canções que eram usadas em passeatas, protestos e manifestações contra o regime, que se espalhavam pelo país no ano de 1968. A música era, então, usada como um instrumento de combate, que pretendia divulgar, de forma direta e concisa, mensagens ideológicas e de revolta. A primeira estrofe assinala isso, com os verbos "caminhando e cantando", que remetem diretamente para a imagem de uma passeata ou um protesto público. Lá, os cidadãos são "todos iguais", mesmo não existindo relação entre si ("braços dados ou não").

Referindo "escolas, ruas, campos, construções", Vandré pretendia demonstrar que pessoas de todos os extratos sociais e com diferentes ocupações e interesses estavam juntas e marchavam pela mesma causa. É evidente a necessidade de união que é convocada e a lembrança de que todos queriam a mesma coisa: liberdade.

O refrão, repetido várias vezes ao longo da música, é um apelo à ação e à união. Geraldo fala diretamente com quem escuta a música, chamando para a luta: "Vem". Com o uso da primeira pessoa do plural (em "vamos embora"), imprime um aspeto coletivo à ação, lembrando que seguirão juntos no combate.

Ao afirmar que “esperar não é saber”, o autor sublinha que quem está consciente da realidade do país não pode aguardar de braços cruzados que as coisas mudem. A mudança e a revolução não serão entregues de bandeja para ninguém, é necessário agirem rapidamente (“quem sabe faz a hora, não espera acontecer”).

Existe também uma forte crítica aos pacifistas que pretendiam resolver a crise política com diplomacia e comum acordo, organizados em "indecisos cordões". Os ideais de "paz e a amor" promovidos pelo movimento da contracultura hippie, o flower power, são simbolizados pelas flores (o "mais forte refrão"). É sublinhada a sua insuficiência contra o "canhão" (a força e a violência da polícia militar).

Embora as forças militares simbolizassem o inimigo, o poder ditatorial, a música não desumaniza os soldados. Pelo contrário, lembra que estavam “quase todos perdidos de armas na mão”, ou seja, usavam da violência, matavam, mas nem eles mesmos sabiam porquê. Apenas obedeciam ordens cegamente, por causa da lavagem cerebral que sofriam: a "antiga lição / De morrer pela pátria e viver sem razão".

Na última estrofe, é reforçada a mensagem de igualdade entre todos os cidadãos e a urgência de partirem juntos para a luta, porque só através do movimento organizado poderia chegar a revolução.

A música lembrava que deviam avançar com os "amores na mente", pensando nas pessoas que amavam e foram vítimas da repressão militar. Para serem vitoriosos, era necessário deixarem "as flores no chão", ou seja, abandonarem as abordagens pacifistas.

Estava nas suas mãos "a história", a possibilidade de mudar a realidade do país e o futuro para todos os brasileiros . Deveriam continuar "caminhando e cantando" e "aprendendo e ensinando uma nova lição", transmitindo o seu conhecimento, despertando outras pessoas para a militância.

CONCLUSÃO:  "Pra não dizer que nao falei das flores" é um convite à resistência política radical, um chamamento para todas as formas de luta necessárias para derrubar a ditadura.

Geraldo Vandré fala de flores para tentar mostrar que não é suficiente usar "paz e amor" para combater armas e canhões, sublinhando que a única forma de vencerem era a união e o movimento organizado.

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