Com a pandemia, a população de rua cresceu assustadoramente pelas ruas de São Paulo. E, com
ela também aumentou a popularidade do Padre Júlio
Lancellotti, ele coordena a Pastoral do Povo de Rua da capital, onde acolhe moradores de rua,
dependentes químicos e imigrantes em situação de rua ou vulnerabilidade social.
O texto acima explica a foto. QUAL A SUA MENSAGEM para essa questão urbana que
atinge não apenas São Paulo, mas todo o Brasil?
(não consigo pensar em nada para escrever e preciso entregar amanhã, pfvr me ajudem)
Soluções para a tarefa
Resposta:
As pessoas em situação de rua são ainda mais afetadas pela pandemia do que a população geral. Sem acesso à condições mínimas de higiene, e obviamente sem uma casa na qual permanecer em isolamento, a sobrevivência das mais de 140 mil pessoas que não têm residência fixa fica severamente comprometida. Sem o apoio de pessoas e estabelecimentos que normalmente auxiliam com doações, a população fica extremamente vulnerável. Algumas pessoas, organizações da sociedade civil e do poder público procuram garantir medidas mínimas de enfrentamento a esse momento calamitoso. Entre elas, destaca-se o Padre Júlio.
O Monsenhor Júlio Renato Lancellotti é pedagogo e pároco da Igreja São Miguel Arcanjo no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo. Trabalhou no Serviço Social de Menores, que, mais tarde, se transformou na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, e no Centro de Apoio ao Imigrante, no Brás, dando aulas para crianças com dificuldade de aprendizado. Foi um dos responsáveis pela fundamentação da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, participou dos grupos de fundação da Pastoral da Criança e colaborou na formulação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Premiado diversas vezes por sua atuação junto a menores infratores, detentos em liberdade assistida, pacientes com HIV/Aids e populações de baixa renda e em situação de rua, Padre Júlio também fundou a “Casa Vida I” e, posteriormente, a “Casa Vida II”, para acolher crianças portadoras do vírus HIV. É vigário episcopal do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo e está à frente de vários projetos municipais de atendimento à população carente, como o programa “A Gente na Rua”, formado por agentes comunitários de saúde, ex-moradores de rua.
Como está a situação das pessoas em condição de rua atualmente no Brasil?
A situação da população de rua no Brasil é bastante complexa, heterogênea dependendo das questões regionais. Mas, no geral, vem aumentando em todas as capitais do país. Só em São Paulo o aumento foi de mais de 50%, e assim acreditamos que deva ter acontecido no Rio de Janeiro e em outras grandes capitais. É um número que aumenta pelo desemprego, pela inadimplência, e frente a essa política econômica e de emergência sanitária que vivemos.
Quais os efeitos da pandemia para a população em situação de rua do Brasil e do mundo?
Os efeitos da pandemia para a população em situação de rua são danosos no Brasil como em todo o mundo, mas vimos que em Londres, por exemplo, foram utilizados hotéis para abrigar essas pessoas, bem como em diversas outras cidades do mundo. O Brasil é muito lento em relação a isso e as respostas são muito tímidas e muito burocráticas.
O que os governos deveriam fazer como ações emergenciais para preservar as pessoas em situação de rua?
Uma das coisas que podem ser feitas e temos lutado muito para isso é que o auxílio emergencial chegue para a população de rua sem tanta burocracia, pedindo CPF, códigos que vem pelo ‘smartphone’ e SMS. E, também, que se agilizasse a locação social e os hotéis, que poderiam ser utilizados pois são uma estrutura já pronta e que garantiria o isolamento social e também a proteção dessas pessoas.
O senhor acredita que medidas emergenciais apresentadas por alguns governadores nos últimos dias (tais como abrigos para pessoas em situação de rua) suprem necessidades?
Emergencialmente, o Ministério Público pediu para a Prefeitura de São Paulo 8 mil vagas em hotéis, e a Prefeitura abriu um edital, que ainda não obteve resposta, para 500. Também, é urgente a facilitação para que todas as pessoas em situação de rua recebem auxílio emergencial.
E quanto ao futuro? O país pós pandemia? O que devemos esperar dele?
O futuro é difícil de prever. Para o Brasil e para a população como um todo, nossa esperança é que não se volte, como se diz, ao normal, mas sim a uma vida mais humanizada, onde as desigualdades não sejam tão gritantes, desigualdades essas que estão sendo tão claramente vivenciadas e explicitadas nesse momento.