coisas/argumentos a favor da escravidão ( argumentos para debate)
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1. A escravidão é natural. As pessoas são diferentes, e é natural esperar que aqueles que são de certa forma superiores - por exemplo, em termos de inteligência, moralidade, conhecimento, perícia tecnológica ou capacidade de luta — irão transformar-se em mestres daqueles que são inferiores nesses quesitos. Abraham Lincoln expressou, em 1858, essa ideia em um de seus famosos debates contra o senador Stephen Douglas: "Há uma diferença física entre as raças branca e negra, diferença essa que, acredito, irá para sempre impedir as duas raças de viverem juntas em termos de igualdade social e política. E, visto que elas não podem portanto viver juntas, enquanto elas permanecerem juntas é necessário existir a posição do superior e do inferior, e eu, assim como qualquer outro homem, sou a favor de que a posição superior seja exercida pelo homem branco".
2. A escravidão sempre existiu. Esse motivo exemplifica a falácia lógica do argumentum ad antiquitatem (apelo à tradição). Não obstante, ele sempre persuadiu as pessoas, especialmente aquelas de tendência conservadora. Mesmo os não-conservadores podem dar a ele alguma substância lógica baseando-se no fundamento quase-hayekiano de que, embora não entendamos por que uma instituição social persiste, sua persistência pode, todavia, estar baseada numa lógica que ainda não entendemos.
3. Todas as sociedades da terra utilizam a escravidão. O corolário não-explícito é que todas as sociedades devem recorrer ao trabalho escravo. A difusão generalizada de uma instituição parece, a muitas pessoas, constituir uma prova convincente e irrefutável de sua necessidade. Talvez, como defende uma das variáveis dessa corrente, toda sociedade utiliza o trabalho escravo porque certos tipos de trabalho são tão difíceis ou tão degradantes, que nenhuma pessoa livre irá se dispor a fazê-lo — e, portanto, a menos que haja escravos para realizar esses trabalhos, eles não serão realizados. Como dizia o ditado do sul dos EUA, alguém tinha de se sujar de lama, e as pessoas livres não iriam tolerar exercer essa função.
4. Os escravos não são capazes de cuidar de si próprios. Essa ideia foi muito popular entre as pessoas que viviam nos EUA do final do século XVIII e início do século XIX, entre elas George Washington e Thomas Jefferson, que, embora considerassem a escravidão algo moralmente repreensível, continuaram mantendo escravos e deles obtendo serviços pessoais e renda dos produtos que esses "servos" (como preferiam se referir a eles) eram forçados a produzir. Seria cruel e desapiedado libertar pessoas que, uma vez libertadas, iriam, na melhor das hipóteses, infligir a si próprias um padrão de autodestruição e sofrimento desnecessário.
5. Sem mestres, os escravos irão morrer em massa. Essa ideia nada mais é do que a ideia acima levada ao seu extremo. Mesmo após a escravidão ter sido abolida nos EUA em 1865, muitas pessoas continuaram expressando essa ideia. Jornalistas do norte, que viajaram ao sul imediatamente após a Guerra Civil, relataram que, de fato, os negros estavam em processo de extinção em decorrência de sua alta taxa de mortalidade, baixa taxa de natalidade, e miseráveis condições econômicas. É triste mas é verdade, declararam alguns observadores: as pessoas libertadas eram realmente muito incompetentes, preguiçosas ou imorais para se comportarem de modo consistente com a sobrevivência de seu próprio grupo.
6. Onde as pessoas comuns são livres, elas estão em condições ainda piores que as dos escravos. Esse argumento se tornou muito popular no sul dos EUA nas décadas anteriores à Guerra de Secessão. Seu principal defensor era o escritor escravocrata George Fitzhugh, cujos títulos de seus livros falam por si sós: Sociology for the South, or, the Failure of Free Society (Sociologia para o Sul, ou, o Fracasso da Sociedade Livre, de 1854) e Cannibals All!, or, Slaves Without Masters (Todos Canibais!, ou, Escravos sem Senhores, de 1857).
Fitzhugh parece ter copiado muitas das ideias do escritor escocês, reacionário e racista, Thomas Carlyle. A expressão "escravo do salário" ainda hoje ecoa essa concepção que vigorava antes da Guerra Civil. Fiel às suas teorias sociológicas, Fitzhugh queria estender a escravidão nos EUA para toda a classe operária branca — para o próprio bem dela!
2. A escravidão sempre existiu. Esse motivo exemplifica a falácia lógica do argumentum ad antiquitatem (apelo à tradição). Não obstante, ele sempre persuadiu as pessoas, especialmente aquelas de tendência conservadora. Mesmo os não-conservadores podem dar a ele alguma substância lógica baseando-se no fundamento quase-hayekiano de que, embora não entendamos por que uma instituição social persiste, sua persistência pode, todavia, estar baseada numa lógica que ainda não entendemos.
3. Todas as sociedades da terra utilizam a escravidão. O corolário não-explícito é que todas as sociedades devem recorrer ao trabalho escravo. A difusão generalizada de uma instituição parece, a muitas pessoas, constituir uma prova convincente e irrefutável de sua necessidade. Talvez, como defende uma das variáveis dessa corrente, toda sociedade utiliza o trabalho escravo porque certos tipos de trabalho são tão difíceis ou tão degradantes, que nenhuma pessoa livre irá se dispor a fazê-lo — e, portanto, a menos que haja escravos para realizar esses trabalhos, eles não serão realizados. Como dizia o ditado do sul dos EUA, alguém tinha de se sujar de lama, e as pessoas livres não iriam tolerar exercer essa função.
4. Os escravos não são capazes de cuidar de si próprios. Essa ideia foi muito popular entre as pessoas que viviam nos EUA do final do século XVIII e início do século XIX, entre elas George Washington e Thomas Jefferson, que, embora considerassem a escravidão algo moralmente repreensível, continuaram mantendo escravos e deles obtendo serviços pessoais e renda dos produtos que esses "servos" (como preferiam se referir a eles) eram forçados a produzir. Seria cruel e desapiedado libertar pessoas que, uma vez libertadas, iriam, na melhor das hipóteses, infligir a si próprias um padrão de autodestruição e sofrimento desnecessário.
5. Sem mestres, os escravos irão morrer em massa. Essa ideia nada mais é do que a ideia acima levada ao seu extremo. Mesmo após a escravidão ter sido abolida nos EUA em 1865, muitas pessoas continuaram expressando essa ideia. Jornalistas do norte, que viajaram ao sul imediatamente após a Guerra Civil, relataram que, de fato, os negros estavam em processo de extinção em decorrência de sua alta taxa de mortalidade, baixa taxa de natalidade, e miseráveis condições econômicas. É triste mas é verdade, declararam alguns observadores: as pessoas libertadas eram realmente muito incompetentes, preguiçosas ou imorais para se comportarem de modo consistente com a sobrevivência de seu próprio grupo.
6. Onde as pessoas comuns são livres, elas estão em condições ainda piores que as dos escravos. Esse argumento se tornou muito popular no sul dos EUA nas décadas anteriores à Guerra de Secessão. Seu principal defensor era o escritor escravocrata George Fitzhugh, cujos títulos de seus livros falam por si sós: Sociology for the South, or, the Failure of Free Society (Sociologia para o Sul, ou, o Fracasso da Sociedade Livre, de 1854) e Cannibals All!, or, Slaves Without Masters (Todos Canibais!, ou, Escravos sem Senhores, de 1857).
Fitzhugh parece ter copiado muitas das ideias do escritor escocês, reacionário e racista, Thomas Carlyle. A expressão "escravo do salário" ainda hoje ecoa essa concepção que vigorava antes da Guerra Civil. Fiel às suas teorias sociológicas, Fitzhugh queria estender a escravidão nos EUA para toda a classe operária branca — para o próprio bem dela!
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