(CMRJ-adaptada) —
1Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu ateliê para conhecer o local onde ela trabalhava. O pequeno aposento estava frio e tinha um cheiro maravilhoso de terebintina e óleo; as telas armazenadas, apoiadas uma nas outras, me pareciam livros deformados no sonho de alguém que soubesse vagamente o que eram livros e os houvesse imaginado enormes, feitos de uma única página, dura e grossa [...].
Francis Bacon observou que, para os antigos, todas as imagens que o mundo dispõe diante de nós já se acham encerradas em nossa memória desde o nascimento. “Desse modo, Platão tinha a concepção”, escreveu ele, “de que todo conhecimento não passava de recordação; do mesmo modo, Salomão proferiu sua conclusão de que toda novidade não passa de esquecimento”. Se isso for verdade, estamos todos refletidos de algum modo nas numerosas e distintas imagens que nos rodeiam, uma vez que elas já são parte daquilo que somos: imagens que criamos e imagens que emolduramos; imagens que compomos fisicamente, à mão, e imagens que se formam espontaneamente na imaginação; imagens de rostos, árvores, prédios, nuvens, paisagens, instrumentos, água, fogo e imagens daquelas imagens – pintadas, esculpidas, encenadas... Quer descubramos nessas imagens circundantes lembranças desbotadas de uma beleza que, em outros tempos, foi nossa (como sugeriu Platão), quer elas exijam de nós uma interpretação nova e original, por meio de todas as possibilidades que nossa linguagem tenha a oferecer, somos essencialmente criaturas de imagens, de figuras.
MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 19-20.
As orações adjetivas cujo conteúdo é relevante para a identificação da entidade, ser ou objeto a que se refere o antecedente do pronome relativo chamam-se restritivas [...].
Quando, entretanto, o conteúdo da oração adjetiva não contribui para essa identificação, dizemos que a oração adjetiva é não restritiva (ou explicativa).
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 1. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 319-320.
Ao longo do texto, observam-se algumas ocorrências de orações adjetivas. No período Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu ateliê para conhecer o local onde ela trabalhava. (ref. 1), a oração adjetiva destacada estabelece com o vocábulo “tia” uma relação semântica de
A
conclusão.
B
retificação.
C
comparação.
D
generalização.
E
caracterização.
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Resposta:
Resposta E
Explicação:
A oração adjetiva explicativa destacada apresenta uma característica da tia (ser pintora) e, portanto, estabelece uma relação semântica de caracterização.
Perguntas interessantes
Geografia,
7 meses atrás
Matemática,
7 meses atrás
Matemática,
9 meses atrás
Química,
1 ano atrás
Artes,
1 ano atrás