Português, perguntado por renatalramos, 10 meses atrás

climax do livro eu sou malala?

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Respondido por Usuário anônimo
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Resposta:

2014 foi o ano em que uma jovem paquistanesa surpreendeu o mundo ao receber o Nobel da Paz com seus parcos 17 anos. A jovem que ficou famosa no mundo todo quando um talibã atirou em seu rosto quando estava voltando da escola, deu nova voz a meninas de todo o Oriente Médio e o mundo islâmico que desejam ter acesso a educação.

Em “Eu sou Malala” conhecemos um pouco mais sobre as origens dessa menina-prodígio em suas próprias palavras.

O livro começa com um pouco de História. O Paquistão é um pais novo, fundado em 1947 e nasceu muçulmano, mas foi só depois que os militares tomaram o poder pela primeira vez que as regras começaram a mudar e tornarem-se mais radicais. Com uma interpretação mais extremista, qualquer livro pode ser a fonte de decisões que alienam parte das pessoas. No caso dos radicais religiosos paquistaneses, o Alcorão virou a base de regras que inibiam as mulheres de basicamente qualquer comportamento social sem a presença de um homem.

“Nasci menina num lugar onde rifles são disparados em comemoração a um filho, ao passo que as filhas são escondidas atrás de cortinas, sendo seu papel na vida apenas fazer comida e procriar.”

“Tenho muito orgulho de ser pachtum, mas às vezes penso que nosso código de conduta tem muito a dizer, sobretudo no que diz respeito ao tratamento dispensando às mulheres. Uma delas, chamada Shahida, que trabalhou para nós e tinha três filhas pequenas, me contou que, aos dez anos, seu pai a vendeu para um velho que já tinha uma esposa, mas queria outra, mais nova. Meninas desapareciam não só quando se casavam. Havia na aldeia uma garota linda de quinze anos chamada Sima. Todo mundo sabia que estava apaixonada. Quando via o amado, ela o fitava com seus belos olhos enfeitados por cílios negros, que todas as meninas invejavam. Na nossa sociedade, uma moça flertar com um homem pode causar vergonha à família. Mas os homens podem flertar! Mais tarde nos disseram que Sima cometera suicídio. Descobrimos, porém, que a própria família a envenenara.”

Apesar das partes históricas serem um pouco longas, elas são essenciais pois é impossível desassociar a vida de Malala com a história do Paquistão. Principalmente com a investida do Talibã no país.

Ela nasceu em um momento difícil, a família era extretamente pobre e o país ainda estava se descobrindo em meio a golpes militares e religiosos fanáticos que tentavam influenciar a política. No vale de Swat, ela cresceu com algumas liberdades que logo desapareceriam. Malala não veio de uma família como outra qualquer. Seu pai a encorajava a estudar e acreditava que a educação deveria ser universal – tanto para meninos quanto para meninas. De fato, quando não encontrou escolas boas para as meninas, ele decidiu abrir uma. Por 14 anos ele enfrentou diversas atribulações para manter a escola funcionando. Até o Talibã chegar a Swat. Então, escolas para meninas foram fechadas, quando não eram alvos de bombas. O pai de Malala, um ativista social que deu diversas entrevistas para a televisão e participou de dois documentários feitos pelo New York Times, virou alvo dos radicais.

Malala e seu pai tornaram-se conhecidos no país e no exterior. Viraram a família-pôster do desastre paquistanês. E não se calaram mesmo quando tudo indicava que deveriam.

O livro é dividido em 5 partes: Antes do Talibã; O vale da morte; Três meninas, três balas; Entre a vida e a morte e Uma segunda vida. Os títulos são auto-explanatórios. Prepare-se para algumas lágrimas quando ela narra o que ocorreu logo depois que um talibã a baleou na cabeça.

O que mais gostei, além do conteúdo, foi da facilidade de leitura. Apesar de um conteúdo razoável tanto de História quanto de causos da vida cotidiana, Malala consegue nos apresentar seu ponto de vista de uma forma tão simples que é muito possível ler 200 páginas em uma sentada só e nem sentir. Ela não toma o leitor por bobo e não é condescendente quando explica questões políticas.

A importância de Malala vai além de seu prêmio Nobel. Ela é a menina que nos mostra um mundo onde mulheres continuam a ser moeda de troca e motivo de vergonha. Seu livro é uma aula que aguça não apenas a curiosidade, mas a compaixão e nos dá a triste certeza de que ainda há muito o que fazer.

Explicação:

bons estudos

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