Clara passeava no jardim com as crianças. O céu era verde sobre o gramado, a água era dourada sob as pontes, outros elementos eram azuis, róseos e alaranjados. O guarda-civil sorria, passavam bicicletas,... A menina pisava a relva para pegar um pássaro... O mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Clara. As crianças olhavam o céu! Não era proibido. A boca, o nariz, os olhos estavam abertos! Não havia perigos. Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos... Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas, esperava cartas que custavam a chegar, Nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim pela manha!!! Havia jardins, havia manhãs, naquele tempo!!! (ANDRADE, Carlos Drummond de. Lembranças do mundo antigo. In: ___ Sentimento do Mundo, 1940.) 1. De acordo com o poema, como era o mundo em que Clara vivia? 2. O que se pode interpretar da passagem “Mas passeava no jardim pela manhã”? 3. A partir da descrição, no poema, de um mundo que ficou apenas na lembrança, como podemos caracterizar o “novo” mundo marcado por diferentes transformações? 4. Observe estes verbos retirados do poema: passeava era sorria pisava olhavam estavam temia tinha custavam havia Em que tempo verbal eles foram empregados? Com qual objetivo?
Soluções para a tarefa
Resposta:
1. O mundo em que Clara viva era colorido, tranquilo e seguro.
Colorido porque "O céu era verde sobre o gramado, a água era dourada sob as pontes, outros elementos eram azuis, róseos e alaranjados."
Tranquilo porque "O mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Clara."
Seguro porque "As crianças olhavam o céu! Não era proibido. A boca, o nariz, os olhos estavam abertos! Não havia perigos."
2. O fato de Clara “passear pelo jardim” significa que ela era feliz por poder viver livremente, apesar de não ter acesso a determinadas comodidades da atualidade, como a agilidade na comunicação, nem poder comprar roupas novas.
3. O poema é construído por meio do paralelo entre o mundo de Clara, que ficou no passado, e o mundo presente, que se opõe àquele. Por isso, pode-se inferir que o novo mundo é marcado pela falta da liberdade para a realização de, até mesmo, coisas simples, que permeiam o nosso cotidiano.
4. Os verbos foram empregados no tempo passado, pois o poeta retrata um mundo que não existe mais, que ficou apenas na lembrança.