História, perguntado por ciihsenapczprn, 10 meses atrás

cite um motivo que levou ao casamento de D. João com Carlota Joaquina, em 1795

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Respondido por Isabellaletihcia
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É fato incontestável que a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, na virada de 1807 para 1808, marcou a história do país, haja vista que nossa nação deixou de ser colônia de Portugal para tornar-se, junto ao país ibérico e a Algarves, um Reino Unido. Entretanto, geralmente os conteúdos escolares sobre esse período concentram-se nas transformações políticas conduzidas por Dom João VI no Brasil e não se detêm em outros pontos, como: de que modo as relações íntimas da família real poderiam interferir no destino político tanto do Brasil quanto de Portugal?

Dom Pedro I, o responsável direto por nossa Independência, era fruto do casal real D. João VI e D. Carlota Joaquina. O primeiro, herdeiro da dinastia dos Bragança de Portugal e filho da rainha Maria I, a Louca. A segunda, membro da dinastia dos Bourbon, da Espanha, e filha do rei Carlos IV. A união das duas casas por meio do matrimônio dos dois foi selada em 1765, quando o noivo tinha 18 anos, e a noiva, apenas 10. O casamento consumou-se apenas cinco anos depois e, como aponta o historiador Otávio Tarquínio de Sousa, em sua biografia de Dom Pedro I, o par “estava fadado ao desencontro, ao desentendimento, à luta ora furtiva e desleal, ora franca e declarada. Em quase nada se pareciam esse português e essa espanhola. Ambos fisicamente feios, ambos sem nenhuma qualidade moral superior, ambos dissimulados, é certo.” [1].

O destino infeliz do casal parecia estar traçado desde a combinação física, o que, entre os historiadores, tem rendido narrativas bem cômicas, como são as do mesmo Otávio Tarquínio de Sousa, tanto sobre o rei quanto sobre a rainha, como pode ser visto abaixo:

“[…] Dom João carecia de qualquer dos atributos ou características que podem fazer um homem prezado ou admirado por mulheres, sobretudo do feitio da que lhe coube. Nada de beleza viril, coragem, decisão, ousadia, capacidade de mando. O Bragança, filho de sobrinha com tio, era desajeitado, grosso, balofo, barrigudo, moleirão, sem hábito de asseio para não dizer sujo, descuidado no vestuário, e medroso, acanhado, perplexo, sonso, apurando em manha o que minguava em autoridade, disfarçando em paciência a congênita irresolução.” [2]

Já de Carlota diz Sousa:

[…] A Bourbon, que as negociações diplomáticas e os arranjos de dinastias lhe deram [a Dom João VI] como parceira, era quase horrenda, ossuda, com uma espádua acentuadamente mais alta do que a outra, com uns olhos miúdos, uma pele grossa que as marcas de bexiga ainda faziam mais ásperas, um nariz avermelhado. E pequena, por um triz anã, claudicante. 

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