Artes, perguntado por mv6768, 8 meses atrás


cite três tipos de alimentos considerados sagrados das religiões: orientais, africanas e do cristianismo

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Respondido por diegosossai041
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Explicação:

ALIMENTOS SAGRADOS NAS QUATRO MATRIZES RELIGIOSAS  BRASILEIRAS

Elói Correa

Inúmeros hábitos alimentares fazem parte da nossa cultura, oriundos de nossa  herança ancestral, vindos de povos indígenas, dos portugueses, dos negros trazidos a  força da África e dos imigrantes orientais. Muitos desses Alimentos são considerados

Sagrados ou objeto de tabu (proibição).

Os Alimentos Sagrados estão presentes na maioria das organizações religiosas  existindo uma ligação direta entre a religião e a alimentação. Muitos rituais são feitos com o foco em Alimentos Sagrados específicos, seja no seu uso ritualístico ou na sua proibição dada a forte conexão entre eles. Segundo os historiadores da alimentação Flandrin e Montanari (1988) os ensinamentos de diferentes religiões e culturas relacionados à alimentação são guiados no sentido de reafirmar as manifestações e as

identidades culturais desse povo.

 

 A identidade religiosa é, muitas vezes,  uma identidade alimentar. Ser judeu ou  muçulmano, por exemplo, implica, entre  outras regras, não comer carne de  porco. Ser hinduísta é ser vegetariano.  O cristianismo ordena sua cerimônia  mais sagrada e mais característica em  torno da ingestão do pão e do vinho,  como corpo e sangue divinos. A própria  origem da explicação judaico-cristã para  a queda de Adão e Eva é a sua rebeldia  em seguir um preceito religioso: não  comer do fruto proibido

 

No Candomblé que é uma religião brasileira de matriz Africana, por exemplo, os  rituais são regidos pelos orixás e seus Ebós (oferendas em alimentos). Assim, podemos  afirmar que o Candomblé é uma Religião baseada no culto aos Orixás por meio de  alimentos.

Um membro do Candomblé tem sua  alimentação diferenciada de acordo

com o período da vida religiosa que  está passando e o Orixá de quem é

filho, o que determina coisas que ele não pode comer.

 

Da mesma forma os povos indígenas brasileiros em sua rica cultura possuem uma  variada gama de alimentos considerados Sagrados e também fazem uso desses alimentos em rituais. Podemos citar como exemplo os povos Guarani Ñandewa que  consideram o milho (Awajy\u2019s) como Sagrado e o seu plantio e colheita marcam rituais de

batismo para obtenção dos seus nomes/alma.

Além disso, vários alimentos indígenas possuem mitologias sobre sua origem e  sacralidade. Abguar Bastos pesquisou os hábitos alimentares dos povos indígenas e  chamou de Pantofagia o ato de comer de tudo. Abguar distingui categorias onde  enquadra-se grupos alimentares tais como:

- Os alimentos de resguardo: são aqueles incentivados ou proibidos de serem  consumidos durante um período ligado a um rito de passagem.

- Os alimentos interditos: são aqueles proibidos a toda a comunidade indígena,  como fêmeas grávidas ou animais considerados mágicos.

- Os alimentos recompensatórios: são geralmente reservados aos homens que  realizam alguma atividade muito trabalhosa. Entre os indígenas do povo Bakairi, do Mato  Grosso, o hábito era que os homens ganhassem alimentos de todos da aldeia, antes de  partirem para a caça. Em outros povos indígenas era comum que quando voltam à aldeia  depois da caça, oferecem esse alimento a uma mulher que não seja sua própria esposa,

que retribui a gentileza com uma comida preparada por ela própria.

- Os alimentos privativos: são aqueles reservados a certos indivíduos ou grupos.  

Entre os indígenas Suyá, do Mato Grosso, apenas os homens podem comer os miúdos  da anta.

- Os alimentos \u201csagrados\u201d: Os pajés dos indígenas Marubo, do sudoeste do  Amazonas, usam o canto para curar as doenças. Há casos em que esses pajés cantam  sobre um pote de mingau, que depois é oferecido ao doente. Isso ocorre também entre os  Baniwa, do Norte do Amazonas. Durante a festa Kariana, um rito de passagem feminino,  os pajés benzem e jogam fumaça sobre a comida que será consumida pelas meninas;

normalmente beiju com molho de pimenta, peixe cozido e uma cabeça de peixe.

Nas organizações religiosas  Orientais, assim como em Religiões  Nativas e Africanas os Alimentos  Sagrados são parte integrante dos  rituais religiosos e são comuns as  oferendas na forma de alimentos para  deuses e espíritos. A Revista Diálogo  (Revista de Ensino Religioso, nº 63, de  Agosto/Setembro 2011 \u2013 pp. 20 \u2013 25)  publicou uma matéria que trata do  Alimento na Religiosidade Zen-Budista,  afirmando que as famílias japonesas de

tradição zen-budista costumam ter em  suas casas um butsudan \u2013 altar \u2013  contendo uma imagem de Buda,  tabletes memoriais, ou ihai, com os  nomes dos antepassados e outros familiares falecidos, vela, incensário e vaso para flores.

Há também uma taça para a oferta de água. Diariamente, alguém da família troca a água,  acende a vela, oferece incenso e faz a leitura de um sutra \u2013 texto sagrado budista \u2013 em  frente ao altar. Pode ser que se ofereça também um pouquinho de arroz e,  frequentemente, se oferece uma fruta, como maçã, pera, laranja, ou algum doce.

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