Geografia, perguntado por Jully8282, 8 meses atrás

Cite os principais riscos do aquecimento global para a América Central e do Sul

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Respondido por gustavo825428
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Resposta:

Na América Latina, como no restante do mundo, já vivemos em um mundo 1oC mais quente do que era antes da revolução industrial, e já sentimos muitos impactos deste aquecimento, como mostra o relatório especial 1,5oC do IPCC. Mas o que acontecerá no nosso continente se chegarmos a 1,5oC? E se ultrapassarmos esta temperatura média?

Entre os diversos impactos esperados para a América Latina em um mundo aquecido 1,5°C em média, a ciência considera provável que 5,8 milhões de pessoas sejam obrigadas a abandonar suas casas e regiões de moradia por conta do clima até 2050.

Neste cenário, o aumento das temperaturas, as secas e os padrões climáticos instáveis previstos terão sérias implicações para a produção de alimentos global e, claro na da América Latina e do Caribe. Por exemplo, cada grau à mais da temperatura global reduz a produtividade global do trigo em 6,0%, a do arroz em 3,2%, a do milho em 7,4% e a da soja em 3,1%.

Se o aquecimento subir acima de 1,5°C, os efeitos sobre a agricultura serão certamente maiores. Isto porque a produtividade agrícola ao redor do mundo cai rapidamente para um aumento de temperatura entre 1°C e 3°C. Quando a temperatura média chega a 3°C acima dos níveis pré-industriais, todas as lavouras em todos os locais são afetadas negativamente – inclusive em regiões temperadas. E várias espécies de peixes correm o risco de extinção em certos locais, trazendo impactos sérios à pesca.

Em um cenário de altas emissões (o cenário RCP8.5 do IPCC), no qual as temperaturas sobem entre 4,0°C e 6,1°C até o final do século, prevê-se um desenvolvimento econômico modesto para a América Latina e uma migração por razões climáticas de aproximadamente de 10,5 milhões de pessoas até 2050.

Portanto, é bastante benéfico agir para limitar o aquecimento global em 1,5°C. O esforço para esta limitação traria grandes benefícios para a saúde, por exemplo. Seria evitados 3,3 milhões casos de dengue por ano na América Latina e no Caribe, em comparação com um cenário que segue as tendências atuais nas quais o aquecimento chega a 3,7°C.

América do Sul

Particularmente, para a América do Sul, mesmo com a limitação do aquecimento global em 1,5°C, a quantidade de água doce disponível em rios e lagos no Nordeste do Brasil pode cair em 7%. Se o aquecimento global ultrapassar 1,5°C e chegar a 2°C, prevê-se que a precipitação média anual na bacia do rio Amazonas diminua em cerca de 30%.

À medida que as temperaturas sobem, as áreas protegidas começam a desaparecer. Com 2°C, 25% das 80 mil espécies de plantas e animais das áreas mais ricas em biodiversidade do mundo, como na Amazônia e as ilhas Galápagos, correm o risco de extinção até o final do século. Temperaturas mais altas podem afetar o comportamento de insetos e animais, causando um efeito cascata que afeta ecossistemas inteiros.

A ciência do clima identificou uma série de possíveis “pontos de inflexão“, nos quais uma mudança abrupta no clima pode ocorrer. O oceano Ártico poderia ficar sem sua cobertura de gelo mesmo no inverno, a floresta amazônica poderia desaparecer, ou o platô tibetano poderia ver o desaparecimento total da cobertura de neve e gelo. É extremamente difícil saber se e quando esses eventos súbitos ocorrerão – portanto, os cientistas só podem avaliar os níveis de risco da mudança. Mas um estudo recente calculou que metade dos potenciais pontos de inflexão identificados podem ser desencadeados por um aumento na temperatura global de 2°C ou até menos.

Em um cenário de emissões altas (RCP8.5), no qual as temperaturas sobem para entre 4,0°C e 6,1°C até o final do século, e com um desenvolvimento econômico moderado, a América do Sul poderá ter cerca de 9,1 milhões de migrantes climáticos até meados do século, 1,9% da população.

Já um aumento de temperatura da ordem de 3°C aumenta a possibilidade de sistemas naturais frágeis, como o Ártico ou a Amazônia, passarem por “mudanças abruptas e irreversíveis”, derretendo por completo ou secando, por exemplo. Os riscos de ocorrência destes “pontos de inflexão” são moderados para aumentos de temperatura entre 0 e 1°C, mas “aumentam desproporcionalmente” à medida que a temperatura passa de 1°C para 2°C, tornando-se “altos” acima de 3°C [6], segundo o IPCC. A inclusão desses riscos na modelagem econômica eleva o custo social do carbono de US$ 15/tCO2 para US$ 116/tCO2.

Com 3,5°C de aumento de temperatura, a taxa de malária na América do Sul deverá aumentar em 50%, em comparação com os níveis pré-industriais.


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