Cite o nome do sambista mais expressivo na década de 1930.
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Resposta:
Samba, também conhecido como samba urbano carioca[1][2] ou simplesmente samba carioca,[3][4] é um gênero musical brasileiro que se originou entre as comunidades afro-brasileiras urbanas do Rio de Janeiro no início do século XX.[5][6] Tendo suas raízes na expressão cultural da África Ocidental e nas tradições folclóricas brasileiras, especialmente aquelas ligadas ao samba rural primitivo[5] dos períodos colonial e imperial,[7] é considerado um dos mais importantes fenômenos culturais do Brasil[8] e um dos símbolos do país.[9][10][11][12] Presente na língua portuguesa ao menos desde o século XIX, a palavra “samba” era originariamente empregada para designar uma “dança popular” ou um “bailado popular”.[13] Com o tempo, seu significado foi estendido a uma “dança de roda semelhante ao batuque” e também a um “gênero de canção popular”.[13][14] Esse processo de firmação como gênero musical iniciou-se na década de 1910[15] e teve na obra “Pelo Telefone”, lançada pela Odeon em 1917, o seu grande marco inaugural.[16] Apesar de identificado por seus criadores, pelo público e pela indústria fonográfica como “samba”, esse era muito mais ligado do ponto de vista rítmico e instrumental ao maxixe do que ao samba propriamente dito.[15][17][18]
Somente no final da década de 1920 que o samba estruturou-se como é conhecido modernamente.[15][17][19] Tendo nascido no bairro do Estácio e logo estendido a Oswaldo Cruz e outras partes da cidade através de seus ramais ferroviários,[20] esse samba trazia inovações no ritmo, na melodia e também em aspectos temáticos.[21] Sua mudança rítmica baseada em um novo padrão instrumental percussivo resultou em um estilo mais batucado e sincopado[22] – oposto ao samba amaxixado inaugural[23] – notadamente assinalado por um andamento mais acelerado, notas mais longas e uma cadência marcada muito além das simples palmas usadas até então.[24][25] O paradigma estaciano também inovou na formatação do samba como canção, organizada em primeira e segunda partes tanto na melodia quanto na letra.[18][26][27] Ao criarem um novo referencial musical reconfigurado, estruturado e delimitado, os sambistas do Estácio definiram o samba como gênero de maneira moderna e acabada.[18] Nesse processo de estabelecimento como expressão musical urbana e moderna, o samba carioca contou com o papel decisivo das escolas de samba, responsáveis por delimitar e legitimar definitivamente as bases estéticas do ritmo,[28] e do rádio, que contribuiu sobremaneira na difusão e popularização do gênero e de seus intérpretes de canção.[29] Destarte, o samba alcançou grande projeção em todo o Brasil e se tornou um dos principais símbolos da identidade nacional brasileira.[nota 1][nota 2] Outrora criminalizado e visto com preconceito por suas origens afro-brasileiras, o gênero de canção também conquistou respaldo entre integrantes das classes mais favorecidas e da elite cultural do país.[10][32]
Ao mesmo tempo que se firmou como gênese do samba carioca,[17] o paradigma do samba do Estácio abriu caminho para a sua fragmentação, ao longo do século XX, em novos subgêneros e estilos de composição e interpretação.[15][33] Principalmente a partir da chamada “época de ouro” da música brasileira,[34] o samba recebeu fartas categorizações, algumas das quais denotando sólidas e bem aceitas vertentes derivadas – como a bossa nova, o pagode, o partido alto, o samba de breque, o samba-canção, o samba de enredo e o samba de terreiro – enquanto outras nomenclaturas foram um tanto mais imprecisas – como samba à moda agrião, samba do barulho, samba epistolar ou samba fonético[35] – e algumas ainda meramente depreciativas – como sambalada,[36] sambolero ou sambão joia.[37]
O samba urbano carioca tem ritmo basicamente 2/4 e andamento variado[13] com aproveitamento consciente das possibilidades dos refrãos cantados ao som de palmas e ritmo batucado, em que foram acrescidos uma ou mais partes de versos declamatórios.[6][38] Sua instrumentação tradicional é composta por instrumentos de percussão como o pandeiro, a cuíca, o tamborim, o ganzá e o surdo[39][40][41] e de acompanhamento – cuja inspiração é o choro – como o violão e o cavaquinho.[42][43] Em 2007, o Iphan declarou o samba carioca e três de suas matrizes – o samba de terreiro, o samba de partido-alto e o samba de enredo – como patrimônio cultural do Brasil.