Cite exemplos de valores sociais imposição que são feitos hoje em dia no Brasil
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Resposta:
É interessante observar como as regras sociais influenciam a nossa percepção de vida. Somos tão condicionados a aceitá-las que as vezes fica difícil diferenciar o que gostamos daquilo que aprendemos a gostar.
Diz a regra social que um indivíduo para ser realizado precisa: estudar, tabalhar, casar e ter filhos. Convencionou-se, de uma maneira reducionista, uma pseudo fórmula da felicidade. Aqueles que optam por não a cumprirem, ficam a mercê do julgo social; preguiçoso se optar por não estudar, vagabundo se optar por não trabalhar, encalhado ou homossexual se optar por não casar e frustrado ou egoísta se optar por não ter filho.
De todas essas imposições, penso que a que mais causa incomodo social é a opção de não casar.
Na nossa cultura, o casamento é algo extremamente valorizado. Pessoas solteiras geram especulação, tem sua vida sexual sondada, são julgadas de sistemáticos, solitários e recalcados. Nosso querido Tom Jobim, também prestou seu desserviço a essa crença, quando entoou “...é impossível ser feliz sozinho”.
Não custa lembrar que estar casado não é sinônimo de não estar sozinho.
Nada contra a vida a dois, aliás considero uma companhia, quando boa, algo sublime. Minha única consideração aqui é a imposição social que mitifica e considera este, o único caminho para a felicidade.
Dia desses presenciei uma mãe dizendo que em sua casa não era permitido filho solteiro, pois, segundo ela, gente solteira é gente infeliz.
Se dentro de casa a pressão já é grande, imagina na indústria casamenteira?
Canções reverberam refrões apaixonados, filmes exibem casais com finais felizes, publicidades expõem propagandas de família padrão margarina. Um bombardeio de informação vinculando a sensação de completude ao matrimônio, alijando qualquer possibilidade de ser feliz solteiro.
Se na fantasia vive-se felizes para sempre, na realidade não é bem assim. É claro, que boas uniões existem, mas não parece ser a maioria. O que vemos por aí é uma grande parcela de mau casados, e pior, vivendo de aparências em nome de um amor que não existe mais.
Se antigamente dizia que a felicidade de alguns casais não passava do porta retrato, hoje talvez não passe das redes sociais. Nem sempre o que parece é. Por fora bela viola, por dentro pão bolorento. As vezes o mesmo casal que esbanja uma aparente felicidade, intimamente vive aos trancos e barrancos, ora em meio a conflitos, traições e vinganças, ora numa tortura emocional silenciosa. Ambos amargando a triste realidade de estar mau acompanhado. Há quem lance mão de subterfúgios como álcool, antidepressivos, relações extra conjugais, numa falsa busca de compensar o rombo emocional de uma união ruim. Outros se resignam.
Superestimar a relação a dois e ficar estagnado na ideia de que apenas isso é garantia de felicidade é um pensamento simplista e retrogrado. Acreditar que é impossível ser feliz sozinho é julgar o status de uma pessoa solteira de forma cruel e opressora.
Ao meu ver, o melhor estado civil é o feliz.
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