História, perguntado por fariaskarmen30, 6 meses atrás

CITE EXEMPLOS DAS IDÉIAS NO TEATRO NEGRO DURANTE O PERÍODO.​

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Respondido por fabianodinheiro2021
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Resposta:

1944, no Rio de Janeiro, como um projeto idealizado por Abdias Nascimento (1914-2011), com a proposta de valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da educação e arte, bem como com a ambição de delinear um novo estilo dramatúrgico, com uma estética própria, não uma mera recriação do que se produzia em outros países.

Alguns anos antes, aflorara em Abdias uma inquietação perante a ausência dos negros e dos temas sensíveis à história da população negra nas representações teatrais brasileiras. Em geral, quando lhes era concedido algum espaço cênico, este vinha para reforçar estereótipos, a partir do direcionamento dos atores/atrizes negros/as a papéis secundários e pejorativos. Havia, segundo ele, uma rejeição do negro como “personagem e intérprete, e de sua vida própria, com peripécias específicas no campo sociocultural e religioso, como temática da nossa literatura dramática.” (Nascimento, 2004, p. 210).

Por essa razão, o TEN foi pensado para ser um organismo teatral que promovesse o protagonismo negro. Nas palavras do próprio Abdias do Nascimento, desde que era ainda uma ideia em gestação, o TEN teria como papel defender a “verdade cultural do Brasil”.

À sua proposta, aderiram de imediato o advogado Aguinaldo de Oliveira Camargo, o pintor Wilson Tibério, Teodorico Santos e José

Herbel. Logo em seguida, foram acompanhados pelo militante negro Sebastião Rodrigues Alves, Claudiano Filho, Oscar Araújo, José da Silva, Antonio Barbosa, Arlinda Serafim, Ruth de Souza, Mariana Gonçalves (as três trabalhavam como empregadas domésticas), Natalino Dionísio, entre outros.

O corpo de atores era formado, inicialmente, por operários, empregados domésticos, moradores de favelas sem profissão definida e modestos funcionários públicos. O TEN os habilitou a enxergar criticamente os espaços destinados aos negros no contexto nacional.

Este projeto disponibilizou a seus membros cursos de alfabetização e de iniciação à cultura geral, além do de noções de teatro e interpretação, mesclando aulas, debates e exercícios práticos, e contando com a contribuição dos professores Rex Crawford, Maria Yeda Leite e José Carlos Lisboa, do poeta José Francisco Coelho e do escritor Raimundo Souza Dantas, que ajudavam o grupo em formação por meio de palestras.

O Teatro Experimental do Negro tinha grandes ambições artísticas e sociais, dentre elas, estava a exaltação/reconhecimento do legado cultural e humano do africano no Brasil.

Dada à inexistência de peças dramáticas que refletissem sobre a situação existencial do negro no Brasil, o grupo decidiu interpretar o texto O Imperador Jones, de Eugene O’Neill, que dedicava-se àquele mesmo empreendimento, embora tendo como referência o contexto estadunidense. O autor cedeu os direitos autorais ao TEN, por simpatizar com a iniciativa e reconhecer a similitude de condições entre o teatro brasileiro da década de 1940 e o teatro estadunidense de duas décadas antes.

A estreia da peça se deu em 8 de maio de 1945, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde nunca antes havia pisado um negro, fosse como intérprete; fosse como público.

Após o sucesso de crítica, que destacou a atuação de Aguinaldo de Oliveira Camargo, o passe seguinte do grupo foi o da criação e encenação de peças dramáticas nacionais que focassem as questões mais caras da vida afro-brasileira. Antes disso, porém, o grupo interpretou, em 1946, outro texto de O’Neill: Todos os filhos de Deus têm asas.

O primeiro texto escrito especialmente para o TEN foi O filho pródigo, de Lúcio Cardoso, inspirado na parábola bíblica. Foi considerado por parte da crítica como a maior peça do ano. A montagem seguinte se deu sobre o texto Aruanda, de Joaquim Ribeiro. Como desdobramento dessa peça, formou-se o grupo Brasiliana, constituído por seus percussionistas, cantores e dançarinos. O grupo de dança Brasiliana excursionou por quase 10 anos por toda Europa.

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