História, perguntado por diulyene, 7 meses atrás

cite duas características em comum que podem ser associadas à três revoltas ?​

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Respondido por pamelabrunoro
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Resposta:

Explicação:

As revoltas na Primeira República foram motivadas por inúmeros fatores, como desigualdade social e pobreza, violência policial, medo, fanatismo religioso etc.

As quatro principais revoltas do período, isto é, as mais estudadas são: Canudos, Contestado, Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.

A Guerra de Canudos aconteceu entre 1896-97 e foi motivada pela insatisfação das elites baianas com a formação do arraial que possuía um líder religioso desvinculado da Igreja e uma experiência social com ares de igualitarismo.

A Guerra do Contestado aconteceu em uma região disputada por Paraná e Santa Catarina e envolvia a insatisfação dos sertanejos com a pobreza e o fervor religioso.

A Revolta da Vacina foi motivada pela insatisfação da população com a violência do processo de modernização do Rio de Janeiro aliada ao medo da campanha de vacinação forçada.

A Revolta da Chibata teve como estopim a insatisfação dos marinheiros negros e mestiços com os castigos físicos que sofriam na Marinha.

Guerra de Canudos (1896-1897)

Ruínas do arraial de Canudos.**

Ruínas do arraial de Canudos.**

A Guerra de Canudos aconteceu no sertão da Bahia entre 1896 e 1897 e colocou o Exército brasileiro contra os habitantes de um arraial chamado Belo Monte. O arraial era liderado por Antônio Conselheiro, um beato (líder religioso local) que se instalou na região em 1893, após participar de protestos contra o aumento de impostos que tinha acontecido desde a Proclamação da República.

O arraial, que ficou conhecido como Belo Monte, ficava às margens do rio Vaza-Barris e já era habitado. Com a chegada de Antônio Conselheiro, o local cresceu e chegou a possuir cerca de 24 mil habitantes.|1| Belo Monte transformou-se em um centro que trazia novas perspectivas de vida a uma população de ex-escravos carente e que não tinha acesso à terra.

A atuação de Antônio Conselheiro como líder religioso também foi extremamente importante e responsável por atrair milhares de pessoas à procura do beato, e isso fez de Canudos um centro de romaria. Canudos não era um arraial com estilo de vida igualitário, mas, nas palavras das historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, tratava-se “de uma experiência social e política distinta daquela do governo central republicano”.|2|

A liderança religiosa de Antônio Conselheiro apresentava-se como um risco à Igreja, devido a sua grande popularidade e à experiência social e política com traços de igualitarismo. Ambos aspectos representavam uma ameaçava às elites econômicas locais, que se baseavam no latifúndio e no domínio dos coronéis. Sendo assim, Canudos era um risco para as elites da Primeira República e, por isso, na ótica dessas elites, precisava ser eliminada.

Assim, foram organizadas expedições militares com o objetivo de destruir o arraial. A primeira expedição foi organizada pelo estado da Bahia e foi derrotada pela resistência formada em Canudos. As segunda e terceira expedições foram organizadas por tropas do Exército e também foram derrotadas, tendo inclusive seu comandante morto em combate.

Na quarta expedição, organizada a partir de abril de 1897, a tropa enviada era composta cerca de 6500 soldados (incluindo os oficiais) equipados com armamentos modernos — incluindo canhões. O resultado final foi Canudos arrasado. As tropas queimaram e dinamitaram o arraial, e os prisioneiros foram degolados.

Guerra do Contestado (1912-1916)

A Guerra do Contestado aconteceu em uma área disputada pelos estados de Santa Catarina e Paraná entre 1912 e 1916. Assim como aconteceu em Canudos, na região do Contestado, uma série de sertanejos pobres e desalentados encontrou, no discurso de um líder religioso, chamado José Maria, uma alternativa para sua vida e passou a segui-lo.

O contexto em que ocorreu o Contestado era tenso. Primeiro, havia a disputa territorial entre Santa Catarina e Paraná. Além disso, parte da região contestada foi entregue para Percival Farquhar (um magnata conhecido por construir a ferrovia Madeira-Mamoré) para que construísse uma ferrovia que ligasse o Rio Grande do Sul a São Paulo.

No acordo de cessão de terras, a Farquhar também foram entregues terras num raio de 15 km da ferrovia, para que ele pudesse explorar a madeira disponível na região. Acontece que a região já era habitada por pessoas que viviam de uma agricultura de subsistência e da erva-mate. A empresa vinculada a Farquhar, responsável pela exploração da madeira nessas terras, organizou tropas de jagunços para expulsar os habitantes da área.

Além disso, milhares de trabalhadores da ferrovia perderam seus empregos, o que reforçou o grupo de pessoas pobres. A guerra em si começou em outubro de 1912, quando um grupo de pessoas lideradas por José Maria instalou-se em Irani, na região contestada pelos dois estados. O agrupamento de pessoas em Irani foi entendido pelo Paraná como uma invasão coordenada pelos catarinenses, e, assim, esse estado atacou os sertanejos. Nesse ataque, José Maria acabou sendo morto.

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