História, perguntado por thaibrandao14, 11 meses atrás

Cite as principais transformações trascorridas no continente europeu e que contribuíram para a eclosão dos movimentos religiosos reformistas

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Respondido por Joaogandao
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O movimento da Reforma é considerado, junto com o Renascimento, o prelúdio da Modernidade na Europa. Tal consideração ocorre porque tal movimento está totalmente vinculado - isso se não for sua semente originária - à liberdade política e ao capitalismo. A marca que identifica ambos movimentos é a instauração da liberdade humana: tanto a Reforma como o Renascimento foram produtos do Humanismo, onde literários e bíblicos tinham desejos de voltar no tempo e buscar na pureza da Antigüidade Clássica a origem para Renovação que o homem tanto almejava. Ou seja, era necessário que o homem voltasse ao seu passado para conseguir se libertar no seu presente.

No entanto, mesmo tendo o mesmo embrião filosófico/teórico (o Humanismo), o desenrolar dos dois movimentos teve uma diferença brutal na sociedade que o criara: enquanto o Renascimento atingiu apenas as elites sociais (tanto econômicas como políticas e culturais), a Reforma alcançou toda a massa populacional européia: tanto os altos governantes como os simples camponeses foram tocados por ela. Segundo o estudioso Huizinga, "o Renascimento foi a roupa de domingo.".  

Martinho Lutero

Somente a Reforma Protestante, liderada por Lutero, é que conseguiu saciar a sede espiritual do momento – sede essa que não era sentida apenas pelos intelectuais ou príncipes mas por todos. Aí se justifica sua enorme difusão. Apenas a Reforma é que conseguiu abalar a mais rígida instituição feudal: a Igreja Católica. Claro que tal movimento não foi o primeiro a questionar a legitimidade da Igreja - muitos humanistas o fizeram, inclusive Erasmo de Rotterdam - mas somente a denúncia de Lutero e a proposta que ele dá para esses problemas é que abalaram as pilastras do mundo medieval. Isso pode ser facilmente observado se olharmos com atenção uma das principais conclusões dos estudos de Lutero: a Instituição da Igreja Católica tal qual vigorava naquela época era totalmente desnecessária, pois para o homem se comunicar com Deus era preciso apenas que ele tivesse fé. Não era preciso nenhum intermédio: conseqüentemente, a classe eclesiástica deixaria de ter razão de ser, e com ela a Igreja também. A Reforma Luterana colocaria o mundo Feudal de "cabeça pra baixo."

Entretanto, nosso objetivo neste trabalho não é discorrer páginas e mais páginas sobre as causas e conseqüências do movimento reformista da Europa - tema que é muita pano para pouca manga - mas sim perceber os elementos dessa Reforma em algumas obras escolhidas e muito significativas. Essas foram: Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam; Sobre a Autoridade Secular, de Martinho Lutero; e O Queijo e os Vermes, de Carlo Guinzburg. A escolha dessas três obras tem um fundo histórico que, no entanto, se apresenta de diferentes formas em cada uma delas.

Erasmo de Rotterdam foi escolhido pelo fato de ter sido considerado por muitos historiadores o mentor intelectual da Reforma Protestante, mesmo sem ser reconhecido quando ela eclodiu. Já Martinho Lutero foi escolhido por questões óbvias: ele é quem viabiliza efetivamente todo o processo da Reforma. Como alguns estudiosos afirmam, "Erasmo botou o ovo e Lutero chocou." Por fim, Carlo Guinzburg foi eleito para esse trabalho em função de seu livro ser uma diferente forma de se tratar a História - especificamente uma história que é claramente o desenrolar do movimento reformador na Itália. Por meio das obras desses três autores - dois que viveram a Reforma e um que a estudou - tentaremos buscar elementos que nos possibilitem compreender algumas das facetas desse movimento.  

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