Cite alguns métodos que os cientistas utilizaram para desenvolver a vacina contra COVID-19
Soluções para a tarefa
Resposta:É a mais complexa e mais extensa – quando o produto começa a ser testado em seres humanos. O processo clínico se divide em três fases:
Tem como principal objetivo analisar a segurança do imunizador. São testados poucos voluntários, de 20 a 80 pessoas, geralmente adultos saudáveis. São levados em consideração potenciais efeitos colaterais, intensidade do produto e diferentes dosagens para evitar quaisquer danos. Além disso, já são possíveis algumas observações a respeito da resposta imunológica da vacina.
Busca entender de maneira mais concreta a eficácia da vacina. Aqui, a quantidade de voluntários testados aumenta e pode chegar a centenas de pessoas. Os pesquisadores já têm conhecimento de dados importantes, como dosagem e efeitos colaterais esperados, por isso, o grupo a ser testado se torna mais heterogêneo, com pacientes considerados de risco. Para melhor análise da resposta imunológica, muitas vezes são utilizados grupos de controle – medicados apenas com placebo. Isso ajuda a observar de forma mais detalhada a eficácia da vacina e a reação do organismo a ela. Ainda são considerados apontamentos na sua segurança – como possíveis efeitos colaterais mais raros, que não apareceram durante a primeira fase de testes, e podem resultar em um ajuste na dosagem.
Avalia a eficiência e a segurança da vacina no público-alvo. A testagem envolve milhares de pessoas e as análises são levantadas a partir da observação da vacina no mundo real, ou seja, é esperado que os voluntários se exponham ao vírus para entender a eficácia do produto. Aqui, o uso do placebo é essencial para comparação dos resultados dos dois grupos. Para isso, existe um sistema chamado “duplo-cego”, no qual nem o cientista nem o voluntário sabe se a aplicação é da vacina ou do composto ineficaz. Assim, não há nenhuma mudança de comportamento que possa afetar os resultados. A exposição ao vírus deve acontecer por conta própria – por esse motivo, a terceira fase pode durar anos. Assim, os pesquisadores costumam procurar áreas de maior incidência da doença, com maiores riscos de contágio. Só após esta etapa e a aprovação dos órgãos regulatórios, ocorre a fabricação da vacina em maior escala, seguida pela distribuição. Mesmo depois de aprovada, segue em constante avaliação e observação.
O que podemos afirmar é que nunca tivemos tantos recursos e uma ciência tão avançada para superarmos uma pandemia. Grandes investimentos e trabalho coletivo proporcionam o avanço nas pesquisas mundiais. É assim que já se apresentam opções promissoras na busca pela imunização do vírus.
Atualmente, estão em desenvolvimento pelo menos 165 vacinas para o novo coronavírus, das quais, 34 estão nas etapas clínicas das testagens, segundo o relatório da OMS, de 3 de setembro. Delas, pelo menos sete já estão na fase 3.
A liderança é acirrada, porém o Reino Unido se classifica em primeiro lugar com a Vacina da Universidade de Oxford, apoiada pela farmacêutica AstraZeneca, como anunciado pela OMS no final de julho. Com a metodologia a partir de vetores virais, é baseada em um adenovírus causador de resfriado, alterado com material genético do Sars-Cov-2. Os pesquisadores anunciaram recentemente que a vacina “é segura e produz resposta imune”.
Os Estados Unidos também estão na corrida com dois desenvolvimentos principais: a Moderna/NIAID e a BioNTech/Pfizer, em parceria com a Alemanha. Em fase 3, as duas pesquisas utilizam o método de RNA na busca pela imunização. A que está em testes pelo laboratório da Moderna Inc., com apoio do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, já recebeu quase 1 bilhão de dólares em investimentos daquele governo e apresentou, em julho, bons resultados na produção de anticorpos em 45 voluntários. A fase 3, que se iniciou no final de julho, deve contar com cerca de 30 mil participantes nos Estados Unidos.
Já a iniciativa dos laboratórios Pfizer (americana) e BioNTech (alemã) não representa uma parceria inédita – os dois já haviam trabalhado juntos no desenvolvimento de vacinas baseadas em RNA para a prevenção de influenza em 2018. O resultado da recente parceria foi apresentado no estudo publicado na revista “Nature”, referente às fases 1 e 2. Segundo o texto, a vacina BNT162b1, induziu boa resposta imune e não teve efeitos colaterais graves nos voluntários adultos.
A China participa com outras três vacinas, que são respectivamente do Instituto Biológico de Pequim e Instituto Biológico de Wuhan/Sinopharm, da empresa Sinovac e do Cansino Biologics INC. As duas primeiras são elaboradas a partir de vírus inativado e a última utiliza o mesmo método da vacina de Oxford.