Cite a divisão da sociedade indiana
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Os aryanos implantaram um sistema de divisão da sociedade em cores ou castas (sânscrito var?a, paliva??a). Geralmente, elas são apresentadas como classes sociais, semelhantes às que existiam na Europa (clero, nobreza, burguesia e camponeses). Entretanto, as castas são na verdade uma divisão de funções e não são baseadas na posse de capital:
brâmanes (sânscrito brahma?a): sacerdotes, magos, religiosos e filósofos hindus, responsáveis pelos sacrifícios e rituais sagrados. Segundo os hindus, os brâmanes teriam nascido da boca do deus Brahma e seriam caracterizados pela bondade (sânscrito sattva).
guerreiros (sânscrito k?atriya): reis, nobres, autoridades, senhores feudais, oficiais e guerreiros da realeza, responsáveis pelo poder político e militar. Eles teriam nascido do braço direito de Brahma e seriam caracterizados pela paixão (sânscrito rajas).
provedores (sânscrito vai?yas): mercadores, artesãos, camponeses e burgueses aryanos. Eles teriam nascido das coxas de Brahma e seriam caracterizados tanto pela paixão (sânscrito rajas) quanto pela ignorância (sânscrito tamas).
servos (sânscrito sudra): trabalhadores braçais. Eles teriam nascido dos pés de Brahma e seriam caracterizados pela ignorância (sânscrito tamas).
Abaixo desse sistema estavam os sem casta (sânscrito avar?a), no Ocidente conhecidos como párias. Segundo os hindus, os párias eram não-aryanos, não teriam nascido de Brahma e, conseqüentemente, eram bastante discriminados. Esta situação desfavorecida, porém, era mais derivada do preconceito que do sistema de castas. Em muitos países, também há pobreza e discriminação, apesar de não existirem castas. A possibilidade de uma pessoa pobre enriquecer pode ser menor que a de um pária subir socialmente na Índia.
Muitos autores afirmam que o Buddha foi uma espécie de agitador religioso e social, que teria se levantado contra os brâmanes e o sistema de castas. Porém, ele nunca rejeitou a instituição bramânica em si; muitos de seus discípulos eram brâmanes. De fato, o que o Buddha rejeitou foram as pretensões de certos os brâmanes — por exemplo, sua suposta superioridade e origem divina.
Os encontros do Buddha com os brâmanes em geral eram amigáveis, as conversas caracterizadas pela cortesia e respeito mútuo. Muitos textos no Majjhima Nikaya tratam da pretensa superioridade dos brâmanes em relação às demais castas sociais. Na época do Buddha o sistema de castas estava apenas começando a tomar forma no nordeste da Índia e ainda não havia gerado as incontáveis subdivisões e regras rígidas que acabariam por aprisionar a sociedade hindu ao longo dos séculos.
Nos textos em pali parece que os brâmanes, apesar de investidos de autoridade nas questões religiosas, ainda não haviam ascendido à posição de hegemonia incontestável que eles iriam adquirir depois da promulgação das Leis de Manu. Eles já tinham, no entanto, embarcado na busca pelo domínio e faziam isso através da propagação da tese de que a casta dos brâmanes era superior, a casta mais bela, os descendentes divinamente abençoados de Brahma e que somente eles seriam capazes de se purificarem. A preocupação de que essa afirmação dos brâmanes poderia na realidade ser verdadeira parece ter se espalhado entre a realeza, que deve ter ficado atemorizada pela ameaça que eles representavam ao seu poder.
Contrário a certas noções populares, o Buddha não repudiou explicitamente a divisão de classes da sociedade hindu ou pediu a abolição desse sistema social. Dentro da comunidade monástica, no entanto, todas as distinções de casta eram anuladas no momento da ordenação. Desse modo, as pessoas de qualquer uma das quatro castas, que seguiam a vida santa sob o Buddha, renunciavam aos títulos e prerrogativas da classe à qual pertenciam para se tornarem simplesmente os discípulos do [Buddha, o] filho dos Sakyas. Sempre que o Buddha ou os seus discípulos eram confrontados com as reivindicações de superioridade dos brâmanes, eles argumentavam vigorosamente contra elas, afirmando que todas essas afirmações careciam de fundamento. A purificação, eles sustentavam, é o resultado da conduta e não do nascimento, e por esse motivo estava acessível a toda as pessoas das quatro castas
brâmanes (sânscrito brahma?a): sacerdotes, magos, religiosos e filósofos hindus, responsáveis pelos sacrifícios e rituais sagrados. Segundo os hindus, os brâmanes teriam nascido da boca do deus Brahma e seriam caracterizados pela bondade (sânscrito sattva).
guerreiros (sânscrito k?atriya): reis, nobres, autoridades, senhores feudais, oficiais e guerreiros da realeza, responsáveis pelo poder político e militar. Eles teriam nascido do braço direito de Brahma e seriam caracterizados pela paixão (sânscrito rajas).
provedores (sânscrito vai?yas): mercadores, artesãos, camponeses e burgueses aryanos. Eles teriam nascido das coxas de Brahma e seriam caracterizados tanto pela paixão (sânscrito rajas) quanto pela ignorância (sânscrito tamas).
servos (sânscrito sudra): trabalhadores braçais. Eles teriam nascido dos pés de Brahma e seriam caracterizados pela ignorância (sânscrito tamas).
Abaixo desse sistema estavam os sem casta (sânscrito avar?a), no Ocidente conhecidos como párias. Segundo os hindus, os párias eram não-aryanos, não teriam nascido de Brahma e, conseqüentemente, eram bastante discriminados. Esta situação desfavorecida, porém, era mais derivada do preconceito que do sistema de castas. Em muitos países, também há pobreza e discriminação, apesar de não existirem castas. A possibilidade de uma pessoa pobre enriquecer pode ser menor que a de um pária subir socialmente na Índia.
Muitos autores afirmam que o Buddha foi uma espécie de agitador religioso e social, que teria se levantado contra os brâmanes e o sistema de castas. Porém, ele nunca rejeitou a instituição bramânica em si; muitos de seus discípulos eram brâmanes. De fato, o que o Buddha rejeitou foram as pretensões de certos os brâmanes — por exemplo, sua suposta superioridade e origem divina.
Os encontros do Buddha com os brâmanes em geral eram amigáveis, as conversas caracterizadas pela cortesia e respeito mútuo. Muitos textos no Majjhima Nikaya tratam da pretensa superioridade dos brâmanes em relação às demais castas sociais. Na época do Buddha o sistema de castas estava apenas começando a tomar forma no nordeste da Índia e ainda não havia gerado as incontáveis subdivisões e regras rígidas que acabariam por aprisionar a sociedade hindu ao longo dos séculos.
Nos textos em pali parece que os brâmanes, apesar de investidos de autoridade nas questões religiosas, ainda não haviam ascendido à posição de hegemonia incontestável que eles iriam adquirir depois da promulgação das Leis de Manu. Eles já tinham, no entanto, embarcado na busca pelo domínio e faziam isso através da propagação da tese de que a casta dos brâmanes era superior, a casta mais bela, os descendentes divinamente abençoados de Brahma e que somente eles seriam capazes de se purificarem. A preocupação de que essa afirmação dos brâmanes poderia na realidade ser verdadeira parece ter se espalhado entre a realeza, que deve ter ficado atemorizada pela ameaça que eles representavam ao seu poder.
Contrário a certas noções populares, o Buddha não repudiou explicitamente a divisão de classes da sociedade hindu ou pediu a abolição desse sistema social. Dentro da comunidade monástica, no entanto, todas as distinções de casta eram anuladas no momento da ordenação. Desse modo, as pessoas de qualquer uma das quatro castas, que seguiam a vida santa sob o Buddha, renunciavam aos títulos e prerrogativas da classe à qual pertenciam para se tornarem simplesmente os discípulos do [Buddha, o] filho dos Sakyas. Sempre que o Buddha ou os seus discípulos eram confrontados com as reivindicações de superioridade dos brâmanes, eles argumentavam vigorosamente contra elas, afirmando que todas essas afirmações careciam de fundamento. A purificação, eles sustentavam, é o resultado da conduta e não do nascimento, e por esse motivo estava acessível a toda as pessoas das quatro castas
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