Ciência Hoje: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma doença que se manifesta por meio de um sistema complexo de sintomas. existe uma melhor abordagem para descrever o autismo?
Graham Cocks: Essa é uma boa pergunta. Acredito que o atual desafio dos psiquiatras é tentar simplificar o diagnóstico clínico do autismo, já que essa desordem estava sendo sub- dividida em muitas partes. Para facilitar esse diagnóstico, reduziu-se a dois o número de sintomas principais: pouca capacidade de interação social e comportamentos repetitivos e em áreas restritas.
Quais são as razões biológicas do autismo? o que acontece no cérebro de um portador de TEA?
Ainda não identificamos os mecanismos exatos do cérebro de uma pessoa com autismo. O que já sabemos é que alguns processos biológicos não ocorrem de maneira normal em autistas, como alguns tipos de sinapses [comunicação entre neurônios]. No entanto, relacionar isso a comportamentos específicos dos pacientes é extremamente difícil. Já existem, por exemplo, testes clínicos que associam uma maior presença de substâncias como as oxitocinas, produzidas no cérebro, a essa desordem. No entanto, ainda não há uma explicação concreta em termos neurológicos do que é o autismo.
Algumas pessoas portadoras do TEA apresentam habilidades extraordinárias em matemática ou artes. Existe algum motivo específico para isso?
Acredito que, em alguns casos, isso ocorra porque o cérebro do autista se concentra, se foca em algo específico, como números e cálculos matemáticos. O próprio comportamento restritivo, que citei antes como sintoma principal, pode influenciar nisso. Conheço um autista que tem uma extraordinária memória fotográfica: quando sobrevoou o centro de Londres pela primeira vez, gravou cada mínimo detalhe do que viu e, ao voltar, desenhou o local exatamente como ele é, sem ter feito qualquer anotação ou ter fotografado nada. Essas habilidades são características que atingem uma minoria privilegiada de autistas com dotes fenomenais.
A sociedade tende a pensar no autista como uma pessoa com sérios distúrbios na interação social e na comunicação. Tal visão pode levar a erros e preconceitos. Diante desse quadro, como o autista pode ter uma vida melhor?
Um dos grandes desafios quando tratamos do autismo é não apenas buscar alternativas de tratamentos e modos de melhorar suas vidas, mas também mudar o modo como lidamos com essas pessoas em nossa sociedade. No caso de deficientes físicos que usam cadeiras de rodas, por exemplo, modificamos o ambiente para melhor adaptá-lo a suas necessidades: colocamos rampas, ampliamos toaletes. Já no caso dos autistas, ambientes menos barulhentos, com menos pessoas, seriam algumas boas adaptações. Mas acredito que a mudança mais importante é justamente na atitude das pessoas, que devem ser educadas para aprender a tratar autistas como iguais.
a) Que hipônimo de “processo biológico” o texto apresenta?
Resposta:
b) Na quarta pergunta feita pela revista, que outro hiperônimo poderia ser empregado no lugar de quadro?
Resposta:
c) Na quarta resposta, que outro hiperônimo poderia ser empregado no lugar de adaptações?
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d) Na quarta resposta, a palavra pessoas foi empregada duas vezes. Que hipônimos ela abrange, em cada uso?
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