História, perguntado por algoquenaosei4340, 1 ano atrás

cidades portuguesas com vestigios muçulmanos

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Respondido por Dowglas003
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Os vestígios de arte islâmica que podemos encontrar no atual territórioportuguês procederam de uma tradição bem mais recuada. De facto, a região costeira do Sul do país manteve desde sempre estreitas ligaçõescom o Norte de África, o que provam as várias afinidades culturaisanteriores às invasões do século VIII (711) e o seu prolongamento até aoséculo XI, visível no estilo moçárabe. A presença muçulmana no al-Garbedeixou raízes profundas que se vieram a revelar na arte "mudéjar" (fusãodos elementos artísticos peninsulares, cristãos, com os árabes,muçulmanos, do árabe "mudajjam", "autorizado a ficar") e no chamado"gótico alentejano", onde se fundem as técnicas de abobadamento com a utilização de azulejos polícromos. A presença muçulmana pode assim servista como uma continuidade e não como uma rutura com as técnicas e estilos antigos, que se mesclam com os modelos vindos de Damasco e daregião tunisina. 
Respondido por diihferreira0045
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Resposta:

O Gharb incluía cinco territórios principais correspondentes ao termo de Coimbra, ao estuário do Tejo, ao Alto Alentejo, ao Baixo Alentejo e ao Algarve.

Estes territórios estendiam-se ainda para as atuais Estremadura espanhola e Andaluzia Ocidental. Destacavam-se as cidades de Coimbra, Lisboa, Santarém, Silves, Mértola, etc  

Castelo de Mértola que a partir do século VIII conheceu a dominação muçulmana, os quais foram responsáveis pela remodelação das defesas deste próspero povoado.  

O Castelo de Silves, no Algarve, em Portugal.

Constitui-se no maior castelo da região algarvia, sendo considerado como o mais belo exemplo da arquitetura militar islâmica no país.

Castelo dos Mouros em Sintra em Portugal – Construído pelos muçulmanos no século IX

Na arquitetura islâmica foram adotadas várias soluções e técnicas construtivas para a resolução de problemas de ordem estrutural dos edifícios. Os arcos, nomeadamente os arcos de ferradura, ocupam um lugar importante.

Arcos de ferradura no Castelo de Silves, Portugal.

As arcadas com colunas com capitéis, por vezes ricamente trabalhados foram uma das soluções estruturais também utilizadas.

 De acordo com alguns historiadores a Igreja de Santa Maria de Faro foi erguida sobre as fundações de uma mesquita. O edifício atual foi começado em 1251, dois anos após a reconquista cristã do povoado, por ordem do Arcebispo de Braga D. João Viegas.

A antiga mesquita de Mértola, o mais emblemático monumento da cidade, foi construída na segunda metade do século XII, posteriormente foi transformada em uma igreja cristã: Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Mértola (Igreja Matriz).

Outro lugar onde podemos notar a forte influência da arquitetura árabe/islâmica é o Castelo de Silves, originalmente de construção árabe, que remonta ao século VIII. Constituído por muralhas de taipa e espessas torres, ergue-se, no centro, uma enorme cisterna com a abóbada abaulada e cinco arcos de volta inteira.

 Palácio Nacional de Sintra tem como características a forte influência do estilo árabe.

A influência árabe também se verifica, por exemplo no Palácio da Vila (Sintra), no revestimento de paredes e chãos a azulejo e mosaico, com técnicas específicas e uma linda paleta de cores importadas da Espanha mourisca. Era uma decoração bonita e barata. No Algarve observa-se em certas regiões umas chaminés brancas com um rendilhado na parte superior. Embora sejam de hoje, lembram os trabalhos dos árabes que ali viveram.

Castelo de Sesimbra também conhecido como Castelo do Mouros.

As marcas árabes são também visíveis na toponímia: ligada à pesca – xávega, almadravas, ou arrais; Azóia, Zambujal, Almoínha, Aiana, Alfarim, Amieira, Apostiça, Albufeira, Arrábida. Em expressões, como “Anda mouro na costa”, já referida no texto anterior.

Próximo de Sesimbra fica a Serra da Arrábida e o Cabo Espichel. É provável, assim o dizem os especialistas, que o culto católico a Nossa Senhora do Cabo (Espichel) existente desde pelo menos o século XIV, e que ele seja uma reatualizarão do da época muçulmana em que já se organizavam peregrinações religiosas. Muito próximo dali fica a Ermida da Memória que tem forma cúbica e zimbório semiesférico, recordando a Kaaba na cidade sagrada de Makkah. O topônimo Arrábida em árabe significa convento fortificado para guardar fronteira, o que poderá lembrar o local onde habitavam homens que meditavam na grandeza de Deus.

A presença muçulmana em Portugal desenvolveu-se os centros urbanos de al-Usbuna (Lisboa) e Santarin (Santarém). No Baixo Alentejo, as cidades de Baja (Beja) e Martula (Mértola) e, no Algarve — onde a presença muçulmana se manteve por seis séculos — surgiram Silb (Silves) e Santa Mariya al-Harum (Faro). Os árabes — designação genérica de um conjunto de populações berberes, sírias, egípcias e outras — substituíram os antigos senhores visigodos.  

A igreja matriz de Mértola é a única estrutura em que se reconhecem os traços de uma mesquita. São testemunhos da ascendência árabe os terraços das casas algarvias, as artes decorativas, os azulejos, os ferros forjados e os objetos de luxo: tapetes, trabalhos de couro e em metal. Com a tradução de inúmeras obras científicas, desenvolveram-se a química, a medicina e a matemática, sendo de origem árabe o sistema de numeração ocidental. A influência árabe foi particularmente importante na vida rural, sendo determinante o desenvolvimento de técnicas de regadio a partir de usos peninsulares e romanos. Através da introdução de novas plantas — o limoeiro, a laranjeira azeda, a amendoeira, provavelmente o arroz, e do desenvolvimento da cultura da oliveira, da alfarrobeira e da plantação de grandes pomares (são famosos os figos e uvas do Algarve e as maçãs de Sintra) reforçaram a vocação agrícola da região mediterrânea.

Explicação:

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