ciclo da doença toxoplasmose
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O Toxoplasma gondii apresenta um ciclo biológico heteroxênico, com duas fases distintas: a fase assexuada e a fase sexuada ou coccidiana. Ambas as fases ocorrem no gato ou em outros felídeos que agem como hospedeiros definitivos. Aves, mamíferos, incluindo o homem, são hospedeiros intermediários, já que neles ocorre apenas o ciclo assexuado. Esses animais transmitem a infecção apenas quando sua carne serve de alimentos para outros animais ou pela via congênita.
Na fase assexuada, o homem ou outro hospedeiro suscetível ingere água e alimentos contaminados com oocistos maduros (contendo esporozoítos); cistos (contendo bradizoítos); ou taquizoítos eliminados no leite. Esses últimos são os menos resistentes e podem ser destruídos pela ação do suco gástrico, mas caso consigam penetrar a mucosa oral ou serem inalados, apresentam a mesma evolução que as outras formas de parasita. Ao atingirem a luz do tubo gastrintestinal e atravessarem a mucosa, os esporozoítos, bradizoítos, ou taquizoítos multiplicam-se rapidamente no meio intracelular, como taquizoítos. Eles invadem vários tipos celulares do organismos e formam vacúolos parasitóforos, no interior do qual se dividem por endodiogenia, um tipo de reprodução assexuada na qual duas células filhas são formadas dentro da célula mãe. Esse processo origina novos taquizoítos, os quais promoverão a lise da célula infectada e invadirão novas células. Os taquizoítos disseminam-se no organismo, por meio da linfa ou do sangue, na fase inicial da doença, caracterizada como proliferativa, representando a fase aguda da infecção. O quadro originado pode ser polissintomático, dependendo da cepa do parasita, da suscetibilidade do hospedeiro e do número de formas infectantes ingeridas. Devido à resposta imune do hospedeiro ocorre uma diminuição do parasitismo, com o desaparecimento dos parasitas extracelulares do sangue, da linfa e dos órgãos viscerais. Pode ocorrer a formação de cistos, o que diminui os sintomas e caracteriza a fase crônica da infecção, a qual pode permanecer por longo período e ser, raramente, agudizada.
O ciclo sexuado, ou coccidiano, ocorre nas células epiteliais do intestino delgado do gato e de outros felídeos. Nesse ciclo, o parasita apresenta uma fase assexuada e outra sexuada. O ciclo enteroepitelial no gato resulta na formação de oocistos. Os esporozoítos, bradizoítos, ou taquizoítos penetram o epitélio intestinal do gato, principalmente na região das vilosidades do íleo; multiplicam-se por endodiogenia e originam vários merozoítos. Os merozoítos formados no interior dos vacúolos parasitóforos rompem a célula infectada e penetram em outras células epiteliais, onde originarão as formas sexuadas masculinas e femininas, na fase sexuada do ciclo enteroepitelial. Essas formas sofrem maturação e originam microgametas - gametas masculinos móveis e macrogametas – gametas femininos imóveis. Os microgametas abandonam a célula de origem e fecundam o macrogameta no interior de uma célula epitelial, originando o zigoto. Esse ovo, ou zigoto forma uma parede externa dupla e evolui para oocisto ainda no epitélio. O oocisto imaturo, liberado após o rompimento da célula epitelial, é eliminado juntamente com as fezes do gato. No meio ambiente, o oocisto sofre maturação, em cerca de dois a cinco dias, por um processo denominado esporogonia, e produz em seu interior dois esporocistos, cada um contendo quatro esporozoítos e uma massa residual de citoplasma. Quando maduro, o oocisto torna-se infectante, se ingerido por algum animal susceptível. O oocisto pode se manter infectante e viável no meio ambiente por até 18 meses, se mantidos em condições adequadas de temperatura e umidade.
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