Chegança Sou pataxó, Sou Xavante e Cariri, Ianomâni, sou Tupi Sou Pancaruru, Carijó, Tupinajé, Sou Potiguar, sou Caeté Ful-ni-ô Tupinambá. Eu atraquei num porto seguro, Céu azul, paz e ar puro… Botei as pernas pro ar. Logo sonhei que estava no paraíso Onde nem era preciso dormir para sonhar. Mas de repente me acordei com a surpresa: Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar. De grande-nau, Um branco de barba escura, Vestindo uma armadura me apontou para me pegar. E assustado dei um pulo da rede, Pressenti a fome, a sede, Eu pensei: “vão me acabar”. Levantei-me de Borduna já na mão. Aí, senti no coração, O Brasil vai começar. NÓBREGA, A; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998. A letra da canção apresenta um tema recorrente da história da colonização brasileira, as relações de poder entre os portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no mito: (A) Da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira. (B) Da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros. (C) Do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização. (D) Da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para estabelecer o povoamento da colônia. (E) Do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Letra "E"
Explicação:
do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
A alternativa adequada é a A, pois o fragmento exposto na questão faz referência ao mito da democracia racial.
O livro Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre debate a teoria da democracia racial, caracterizada como uma harmonia social entre as relações entre senhor e escravizado. O historiador não negava a desigualdade e violência existente na estrutura escravagista brasileira, contudo, sua teoria colaborou para constituir o mito da democracia racial.
Tal mito reforça que as relações entre portugueses e nativos ou portugueses e escravos foram cordiais e promoveram de forma pacífica a mestiçagem. Daí surge a crítica a essa concepção, pois a história do Brasil foi marcada por muita desigualdade, preconceito e desumanização dos trabalhadores colocados na posição de escravizado.
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