História, perguntado por ts658644, 10 meses atrás

Chegada dos imigrantes ao porto de Santos

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Respondido por rihanna321
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Resposta:

A segunda metade do século XIX foi marcada por grandes transformações no Brasil: o crescimento do comércio internacional de café e as idéias abolicionistas que ferviam.

O fim da escravidão estava próximo e a expansão do mercado cafeeiro tornava necessários a ampliação das lavouras e o número de trabalhadores. Para atender a demanda de produção era preciso contratar mão de obra assalariada. Então, no final do século entram em cena, os imigrantes europeus.

Os imigrantes desembarcavam no Porto de Santos, com suas famílias, deixando do outro lado do oceano, seus infortúnios e miséria, em busca de trabalho e prosperidade, na terra estrangeira. O trabalho assalariado, introduzido no Brasil, na década de 1870, atraiu milhares de imigrantes.

Após o desembarque, os imigrantes seguiam nos trens da São Paulo Railway - SPR até a primeira Hospedaria instalada no Bairro do Bom Retiro, na Capital Paulista, em 1882. Lá, eram recepcionados e recebiam abrigo temporário e comida, porém as condições precárias do local, geravam até epidemias.

Já em 1888, foi construída a nova Hospedaria dos Imigrantes, no Braz, ao lado das linhas férreas do Norte e da SPR para facilitar o desembarque e o transporte do pessoal.

A hospedaria tinha capacidade para abrigar mais imigrantes do que a anterior e possuía dormitórios, armazém com latrinas para homens, lavanderia com tanques e latrina para mulheres, refeitório, enfermaria e médicos sanitaristas que aplicavam vacinas nos recém-chegados. Assim que ficou pronto, o edifício acomodou cerca de 1200 imigrantes.

Àqueles que se aventuravam a uma nova vida chegavam à hospedaria para então se estabelecerem nas lavouras, nos núcleos coloniais ou nas indústrias.

Mediante aviso telegráfico, dado pela Inspetoria da Imigração no Porto de Santos, ou pela hospedaria da Capital Federal, sobre a partida de qualquer leva de imigrantes, a hospedaria tomava as providências para receber os imigrantes, fornecendo agasalho, refeição, médico e funcionários que davam orientação.

No dia seguinte, após as acomodações, os imigrantes eram assistidos pelo diretor da hospedaria, um auxiliar, um representante da Agência Oficial de Colonização e Trabalho e outro do introdutor dos imigrantes para a conferência das listas, documentos, procedência, dados pessoais, profissões. Tudo conferido e com situação regular, o imigrante tomava posse de um cartão de rancho que lhe dava direito a permanência de seis dias na hospedaria. No documento constava nome, nacionalidade e número de rações a que a família tem direito, segundo as respectivas idades. As listas e demais documentos, com as anotações tomadas a respeito dos imigrantes, eram registrados em livros apropriados.

Em seguida, os imigrantes eram apresentados na Agência Oficial de Colonização e Trabalho para serem informados sobre as procuras de trabalhadores existentes, vantagens oferecidas, situação dos núcleos coloniais ou das fazendas cafeeiras, etc., e, ficando assim orientados, retornavam à hospedaria para tratar de assuntos de trabalho pessoalmente com os fazendeiros ou por intermédio dos agentes corretores subordinados à Agência Oficial.

Depois dos acordos fechados, os candidatos aos postos de trabalho voltavam à Agência a fim de firmarem os respectivos contratos. Em seus cartões de rancho, eram registrados os destinos tomados, os nomes dos respectivos patrões e o da estação mais próxima da localidade para a qual têm de seguir.

Na seqüência, os imigrantes tratavam do despacho de suas bagagens, no armazém a cargo da Alfândega de Santos e onde funcionava a comissão de empregados daquela repartição, destacada especialmente para o serviço de conferência de bagagens. Ali, abertos os volumes em presença dos imigrantes, procedia–se à conferência dos artigos sujeitos ou não ao pagamento de direitos aduaneiros e, satisfeito o pagamento, ou nada havendo a pagar, os volumes eram entregues pela referida comissão ao armazém da hospedaria, de onde eram despachados para os seus destinos, de acordo com os cartões de rancho em poder dos imigrantes.

A hospedaria foi fechada em 1979. Durante 91 anos de atividade acredita-se que tenham passado por suas dependências aproximadamente três milhões de pessoas, oriundas do exterior e de outros estados brasileiros.

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