Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem é porta, não abrirás.
Ficastes sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
[...]
A produção poetica do modernismo, a parti da decada de 30, representou uma mudança de rumo em relação ao espirito de destruição e irreverencia da fase heroica. Essa mudança de perspectiva é decorrente de um periodo marcado por prementes dificuldades economicas, politicas e sociais advindas do momento historico. Esse contexto carrega o poema de
A. ausencia de lirismo justificada pelo verso: "Tempo em que não se diz mais: amor."
B. sentimento de desengano, o que fica claro no verso " E nada esperas de teus amigos"
C. envolvimento com as questões sociais exemplificado pela expressão: "Tempo de absoluta depuração":
D. Exagero e sentimentalismo observavel do trecho " Em vão as mulheres batem a porta".
E. Preocupação com o afastamento da religiosidade visivel no verso: "Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus":
Soluções para a tarefa
Resposta:
Os Ombros Suportam o Mundo é um poema de Carlos Drummond de Andrade publicado em 1940 no livro Sentimento do Mundo. Na antologia poética organizada pelo autor, o poema se encontra na parte chamada "Na praça de convites", dedicada a poemas com tema social.
A poesia em questão é uma abordagem direta da vida, sem amores, sem religião, uma coisa necessária aos tempos que se impõem como extremamente reais e urgentes, tempos de guerras e injustiças. A poesia fala da posição resignada diante desse mundo.
Explicação:
Espero ter ajudado '-'
O contexto carrega o poema de: envolvimento com as questões sociais exemplificado pela expressão: "Tempo de absoluta depuração". Alternativa C está correta.
Compreendendo o poema
No poema "Os ombros suportam o mundo" de Carlos Drummond de Andrade, é possível observar o caráter social presente nos versos escritos pelo autor.
O poema sugere uma grande desesperança presente nos versos, que se atribui também através do período em que foi escrito, se encontrando próximo à Segunda Guerra Mundial, indicando, portanto, o medo e a crescente angústia do que estaria por vir.
O poema agrega também a falta de amor, já que este não seria suficiente nesse momento, que dá lugar à dor e solidão.
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