Chega o velho carteiro e me deixa uma carta. Quando se vai afastando eu o chamo:
a carta não é para mim. Aqui não mora ninguém com este nome, ex-plico-lhe. Ele
guarda o envelope e coça a cabeça um instante, pensativo:
O senhor pode me dizer uma coisa? Por que é que agora há tanta carta com
endereço errado? Antigamente isso acontecia uma vez ou outra. Agora, não sei o que
houve...
E abana a cabeça, em um gesto de censura para a humanidade que não se
encontra mais, que envia mensagens inúteis para endereços errados.
Sugiro-lhe que a cidade cresce muito depressa, que há edifícios onde ha-via
casinhas, as pessoas se mudam mais que antigamente. Ele passa o lenço pela testa
suada:
- É, isso é verdade... Mas reparando bem o senhor vê que o pessoal anda muito
desorientado. O pessoal anda muito desorientado...
E se foi com seu maço de cartas, abanando a cabeça. Fiquei na janela, olhando a
rua à toa numa tristeza indefinível. Um amigo me telefona, pergunta como vão as
coisas. E não consigo resistir:
Vão bem, mas o pessoal anda muito desorientado.
(O que, aliás, é verdade.)
Ao lermos o texto, podemos afirmar que ele se trata de uma
O resenha.
parlenda.
notícia.
crônica
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Resposta:
D é a alternativa correta
Explicação:
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