Português, perguntado por gustavocardosooutloo, 2 meses atrás

Certo indivíduo, conhecido como vivedor, aboletou-se no caminho de sua

vida, no solar de um homem bonacheirão e abastado, que lhe abrira as portas para

um descanso ligeiro.

Nos primeiros dias, o dono suportou galhardamente o hóspede, oferecendo-lhe

a melhor cama, o melhor vinho, os melhores charutos. Passada, porém, a primeira

quinzena, começou a pensar em um meio, que não fosse grosseiro, de livrar-se do

importuno, e achou-o.

Tinham os dois acabado de almoçar e repousavam, lendo jornais e fumando

“havanas”, à sombra das árvores. De repente, o hospedeiro recosta-se

pesadamente na cadeira, cerra os olhos, deixa cair a folha e o charuto, simulando

um sono profundo. E, como em sonho, principia a falar:

– Vejam só: que maçada! Esse cavalheiro vem, aloja-se em minha casa,

come, bebe, fuma, diverte-se, e nada de entender que sua presença já me está

sendo desagradável. Será possível que ele não compreenda isso?

E, soltando um suspiro, pulou da cadeira, esfregando os olhos:

– Que diabo! É eu dormir depois do almoço, vêm-me logo os pesadelos. E

que sonho mau tive eu! Parece até que falei alto, não?

E o outro, que de cenho cerrado prestava atenção a tudo:

– É exato: você esteve por aí falando; e eu, como vi que se tratava de cousas

de sonhos, procurei não ouvir para não ser indiscreto. As palavras dos homens só

têm valor, mesmo, quando eles as proferem acordados.

E o hóspede continuou na casa por mais três anos e quatro meses, isto é, até a

transferência da propriedade, comendo do melhor prato, dormindo na melhor cama,

bebendo do melhor vinho, fumando os melhores charutos.

HUMBERTO DE CAMPOS. In: Cleófano de Oliveira. Flor do Lácio. 6a. Edição,

Saraiva, São Paulo, 1961.

1.Em que consiste esse plano do hospedeiro para se livrar do hóspede importuno?​

Soluções para a tarefa

Respondido por armyduda24
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Resposta:

........ bom eu não entendi direito pesquisa no gl

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