Geografia, perguntado por dayneoliveiramanu10, 10 meses atrás

cerca de 60 milhões de pessoas deixaram a Europa no século xlx as primeiras décadas do século xx.quais foram principais motivos?​

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Respondido por Kolv1n9000
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Resposta:

Emigrantes alemães rumo à Argentina na década de 1920

Antes de se tornar o principal destino de migrantes que chegam à Europa Ocidental, a Alemanha desempenhou em boa parte de sua história um papel bem diferente: não o de país que atraia, mas o de local de origem de pessoas em fuga de guerras ou em busca de uma vida melhor. O mesmo valeu para o resto da Europa.

O velho mundo que agora atrai migrantes e refugiados da África, do Oriente Médio e da Ásia foi durante um período que se estendeu da metade do século 18 até os anos 1960 o ponto de partida, e não o fim da jornada para milhões de pessoas.

Números consolidados por diferentes historiadores estimam que entre 50 e 60 milhões de europeus deixaram seus países em direção a lugares tão distantes como Brasil, Estados Unidos, Sibéria e Austrália somente entre 1815 e 1930. Uma parte deles chegou a voltar para a Europa, mas a maioria se estabeleceu de vez no novo mundo, passando a ter uma influência decisiva na construção desses países.

O Censo americano de 2009 estima que cerca de 50 milhões de habitantes dos EUA têm ascendência alemã, quase um 16% da população total. São os descendentes de cerca de 4,5 milhões de alemães étnicos que se mudaram para o país. No Brasil, cerca de 370 mil alemães chegaram entre 1824 e 1960, e estimativas apontam que eles deixaram cerca de 5 milhões de descendentes.

“O 'homo migrantes' existe há tanto tempo quanto o homo sapiens. A migração é uma parte da condição humana tanto quanto o nascimento, a reprodução, a doença e a morte”, afirma o historiador Klaus J. Bade, da Universidade de Osnabrück, autor do livro Migration in European History (migração na história europeia, em tradução livre).

Alguns dos motivos dessa “onda europeia” não foram muito diferentes das causas que estão provocando a atual corrente migratória em direção à Europa. Na maioria dos casos, ela refletia a situação e as transformações econômicas e sociais de cada um dos países de origem dos emigrantes.

Deutsche Siedler in Brasilien

Objetos de imigrantes alemães no Brasil

A chegada em massa dos irlandeses nos EUA ocorreu após a grande fome de 1845-1852. Cerca de 300 mil espanhóis se mudaram para a América Latina entre 1958 e 1975 para deixar a pobreza e o regime repressivo do ditador Francisco Franco. Em outros casos, as mudanças sociais provocadas pela industrialização impeliam as pessoas a deixar seus países.

“As dificuldades econômicas, as transformações sociais, a opressão política, a hostilidade étnica, a perseguição racial e religiosa, e o trauma provocados por guerras no Oriente Médio, na Ásia e na África evocam de várias maneiras o que aconteceu na Europa num passado num muito distante”, afirma o professor Jean-Pierre Lehmann, do Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial (IMD), na Suíça.

Mesmo países europeus que não costumam ser lembrados como geradores de emigrantes e que hoje são considerados prósperos foram profundamente afetados pela perda de população. "Um em cada 300 noruegueses deixou seu país entre 1861 e 1910”, afirma Bader. Já o Reino Unido, que hoje hesita em aceitar refugi

Uma parte desses alemães encontrou abrigo em outros países. O Brasil, por exemplo, acolheu entre 1945 e 1952 mais de 29 mil refugiados – no sentido moderno do termo, conforme explicitado pelas Nações Unidas. Os EUA acolheram um total de 400 mil refugiados europeus entre o fim da guerra e 1952, entre eles vários alemães.

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