Português, perguntado por georgianms, 11 meses atrás

(CEPBJ) Leia o texto a seguir. Prezado Professor: é comum, nos prédios de São Paulo, nos depararmos com uma placa nos elevadores com a seguinte inscrição: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”. Está correto o uso da palavra mesmo como substituto do termo elevador, uma vez que se trata de redação oficial de órgão legislativo? Cláudia W. — São Paulo (SP) Prezada Cláudia: errado não está, mas concordo contigo que é um Português pedestre. Dos muitos recursos que nosso idioma oferece para a anáfora (referência a algo que já foi mencionado anteriormente — no caso, o elevador), esse emprego do mesmo é talvez o mais pobre e mais confuso. Por que não escrever, em bom vernáculo, “Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra parado neste andar”? Será que o ouvido da sumidade que redigiu esse texto estranhou a sequência “se ele se”? Nessa hipótese, nosso legislador teria um ouvido mais sensível (não parece ser o caso…) que o de Machado de Assis e de Eça de Queirós: “A mãe, se ele se demorar muito” (Memorial de Aires); “Não sei se ele se terá lembrado e cumprido a promessa que me fez” (Helena);”… afiançaram-lhe todo o apoio de gente, de dinheiro e influência na corte, se ele se pusesse à testa de outro movimento” (O Alienista); “Pergunte-lhe se ele se confessa há seis anos, e peça-lhe os bilhetes da confissão!” (O Crime do Padre Amaro); etc. Para evitar o que não deveria ter evitado, terminou jogando aquele “mesmo” sobre os indefesos usuários dos elevadores. O velho Napoleão Mendes de Almeida, às vezes tão sábio, às vezes tão equivocado, tem verdadeira ojeriza a essa forma, que combate com fina ironia, ao propor que se troque por mesmo o pronome pessoal ela na primeira estrofe do famoso soneto de Camões sobre Jacó e Raquel, que ficaria assim: Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel serrana bela, Mas não servia ao pai, servia à mesma, Que a mesma só por prêmio pretendia Que tal? Abraço. Prof. Moreno Sua Língua. Disponível em: . Acesso em: 26/05/2015, às 20h49min (fins pedagógicos). Em sua resposta à leitora, professor Moreno cita o tradicional gramático Napoleão Mendes de Almeida, que usa a primeira estrofe de um soneto de Camões. O autor do site Sua Língua emprega esse recurso para Escolha uma: a. provar que o emprego de mesmo no lugar de ela é adequado ao contexto. b. reforçar um argumento de autoridade que abona o emprego de mesmo nesse contexto. c. corroborar a correção do emprego de mesmo na placa do elevador. d. ratificar seu posicionamento contrário ao emprego de mesmo como pronome pessoal. e. contestar a visão do gramático a respeito do emprego de mesmo como elemento anafórico.

Soluções para a tarefa

Respondido por faguiarsantos
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A resposta correta a essa questão é -

d. ratificar seu posicionamento contrário ao emprego de mesmo como pronome pessoal.

Note que, ao responder ao questionamento sobre a frase “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”, o professor Moreno aponta que o uso de -mesmo- para substituir o pronome pessoal -ele- não está incorreto em relação às normas gramaticais da Língua Portuguesa. No entanto, ele não acha que esta seja a melhor maneira de retomar a palavra -elevador- já usada no texto, pelo contrário, o uso do -mesmo- como anáfora, nesse caso, padece de clareza e sofisticação.

Para Moreno seria melhor que se usasse o pronome pessoal, e, ao argumentar sobre as razões de sua preferência, ele cita diversos autores que fizeram o uso do pronome da maneira que recomenda.  

Ao final do texto, o professor cita Napoleão Mendes de Almeida, que assim como ele, critica o emprego da palavra mesmo como pronome pessoal.

Tarefa

(CEPBJ) Leia o texto a seguir. Prezado Professor: é comum, nos prédios de São Paulo, nos depararmos com uma placa nos elevadores com a seguinte inscrição: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”. Está correto o uso da palavra mesmo como substituto do termo elevador, uma vez que se trata de redação oficial de órgão legislativo? Cláudia W. — São Paulo (SP) Prezada Cláudia: errado não está, mas concordo contigo que é um Português pedestre. Dos muitos recursos que nosso idioma oferece para a anáfora (referência a algo que já foi mencionado anteriormente — no caso, o elevador), esse emprego do mesmo é talvez o mais pobre e mais confuso. Por que não escrever, em bom vernáculo, “Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra parado neste andar”? Será que o ouvido da sumidade que redigiu esse texto estranhou a sequência “se ele se”? Nessa hipótese, nosso legislador teria um ouvido mais sensível (não parece ser o caso…) que o de Machado de Assis e de Eça de Queirós: “A mãe, se ele se demorar muito” (Memorial de Aires); “Não sei se ele se terá lembrado e cumprido a promessa que me fez” (Helena);”… afiançaram-lhe todo o apoio de gente, de dinheiro e influência na corte, se ele se pusesse à testa de outro movimento” (O Alienista); “Pergunte-lhe se ele se confessa há seis anos, e peça-lhe os bilhetes da confissão!” (O Crime do Padre Amaro); etc. Para evitar o que não deveria ter evitado, terminou jogando aquele “mesmo” sobre os indefesos usuários dos elevadores. O velho Napoleão Mendes de Almeida, às vezes tão sábio, às vezes tão equivocado, tem verdadeira ojeriza a essa forma, que combate com fina ironia, ao propor que se troque por mesmo o pronome pessoal ela na primeira estrofe do famoso soneto de Camões sobre Jacó e Raquel, que ficaria assim: Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel serrana bela, Mas não servia ao pai, servia à mesma, Que a mesma só por prêmio pretendia Que tal? Abraço. Prof. Moreno Sua Língua. Disponível em: . Acesso em: 26/05/2015, às 20h49min (fins pedagógicos). Em sua resposta à leitora, professor Moreno cita o tradicional gramático Napoleão Mendes de Almeida, que usa a primeira estrofe de um soneto de Camões. O autor do site Sua Língua emprega esse recurso para Escolha uma: a. provar que o emprego de mesmo no lugar de ela é adequado ao contexto. b. reforçar um argumento de autoridade que abona o emprego de mesmo nesse contexto. c. corroborar a correção do emprego de mesmo na placa do elevador. d. ratificar seu posicionamento contrário ao emprego de mesmo como pronome pessoal. e. contestar a visão do gramático a respeito do emprego de mesmo como elemento anafórico.


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