CEPBJ) Leia o texto. A língua literária Na implantação de uma língua em novo ambiente físico e social, há duas possibilidades extremas. Uma é a transferência para uma comunidade aloglota, que assim abandona o anterior idioma materno (1). Outra é a transferência, não apenas da língua, mas de um grande grupo dos seus sujeitos falantes, para uma região desabitada, ou habitada por uma população nativa que os invasores eliminam (2). É certo que, em regra, não se verifica na prática, singelamente, o esquema teórico aqui formulado. No primeiro caso, há que levar em conta um núcleo de conquistadores, sob cuja pressão material, cultural ou política se processa a mudança. No segundo caso, se a nova região não era totalmente erma (3), fica frequentemente um resíduo de população nativa, que com o correr dos tempos se integra na nova situação (4) e adota a língua e as demais instituições sociais dos invasores. Mas, em um e em outro caso, continua ainda assim válido o contraste entre as duas possibilidades de ocorrência. É por isso que não se pode associar a implantação do latim em províncias do Império Romano – digamos, particularmente, na Península Ibérica – com a implantação de certas línguas europeias – digamos, particularmente, o português – no ambiente americano. Ali, houve, preponderantemente, a adoção do latim pelos iberos aloglotas, de par secundariamente com a fixação entre eles de soldados e colonos latinos. Aqui, houve uma colonização portuguesa em massa, que desarraigou in totum (5) e eliminou em grande parte os indígenas, malgrado certa assimilação que afinal se verificou. O aspecto da implantação do português no Brasil explica por que tivemos, de início, uma língua literária pautada pela do Portugal coevo. A sociedade colonial considerava-se – e o era em princípio, abstração feita da necessária adaptação ao novo ambiente – um prolongamento da sociedade ultramarina. O seu ideal era reviver os padrões vigentes no reino. CÂMARA Jr., J.M. A língua literária. In: COUTINHO, A. (org.), A literatura no Brasil, 1968.
Das orações destacadas no texto, quais têm exatamente a mesma classificação sintática? Escolha uma:
a. 4 e 5
b. 1 e 5
c. 1 e 3
d. 2 e 3
e. 2 e 4
Soluções para a tarefa
Informarei a função sintática de cada termo destacado. Depois, avaliamos quais têm a mesma função sintática.
Para sabermos a função sintática do "que", temos que substituí-lo, na oração subordinada, pelo termo que ele retoma.
(1) "que assim abandona o anterior idioma materno" (pronome relativo - retoma "comunidade aloglota")
>> É uma oração subordinada adjetiva. O pronome "que" tem função de sujeito. Veja:
"comunidade aloglota abandona o anterior idioma materno" (sujeito)
(2) "que os invasores eliminam" (pronome relativo - retoma "população nativa")
>> É uma oração subordinada adjetiva. O pronome "que" tem função de objeto direto. Veja:
"os invasores eliminam a população nativa" (objeto direto)
(3) "se a nova região não era totalmente erma" (conjunção subordinativa condicional)
>> É uma oração subordinada adverbial condicional.
(4) "que com o correr dos tempos se integra na nova situação" (pronome relativo - retoma "população nativa")
>> É uma oração subordinada adjetiva. O pronome "que" tem função de sujeito. Veja:
"com o correr dos tempos a população nativa se integra na nova situação" (sujeito)
(5) "que desarraigou in totum" (pronome relativo - retoma "colonização portuguesa em massa")
>> É um oração subordinada adjetiva. O pronome "que" tem função de sujeito. Veja:
"colonização portuguesa em massa desarraigou in totum" (sujeito)
Alternativa A
4 e 5