CATAR FEIJÃO
Catar feijão se limita com escrever:
ogam-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
Ora, nesse catar feijão, entra um risco:
o de entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com o risco.
MELO NETO, João Cabral de. A educação
pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1997, p. 16-17
1. pode -se dizer que o texto e um poema de amor ?pq ?
Soluções para a tarefa
Respondido por
1
Não é um poema de amor apenas uma reflexão vivida
Perguntas interessantes
Matemática,
6 meses atrás
Matemática,
6 meses atrás
Biologia,
6 meses atrás
Matemática,
8 meses atrás
História,
8 meses atrás
Matemática,
1 ano atrás
Informática,
1 ano atrás
Português,
1 ano atrás