Geografia, perguntado por macallan288, 1 ano atrás

Caracterize o desenvolvimento da Itália quando a parte norte e sul do país.

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Respondido por AndréKame
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É notória a rivalidade que os italianos do norte, ligados ao continente, tem com os italianos do sul, já na parte que se prolonga e toca o Mediterâneo. Ao norte, temos uma Itália muito industrializada, rica e bem desenvolvida, enquanto que no sul temos um meio mais agrário, menos favorecido. Obviamente, ambos são orgulhosos de suas raízes e amam suas regiões, e um diz que "aqui" é melhor do que "lá": "Porque lá eles tem a máfia, e tens que ficar atento com tua carteira" e "Porque lá eles são muito frios (e a nossa culinária é a melhor)", diriam. 

Pois, com o tempo surgiram dois termos para designar os habitantes do norte e do sul, ou das duas extremidades do território, já que ao centro um habitante de Roma é sempre um romano, antes de mais nada. Porém são dois termos depreciativos, de fato ofensivos. Da Itália setentrional, são chamados polentone e da meridional, terrone. Explico. 

Ouvi pela primeira vez o termo 'terrone' pensando que tivesse dito 'terrorista', uma minha colega da escola italiana, quando comentei que estava indo ao sul por uma semana. Depois, na casa hospedeira, que a mamma explicou que eu havia escutado errado, e o que minha colega teria dito era em referência ao termo que eles dão aos habitantes do sul (que não são terroristas!). 

Ora, terrone remete àquele que lida com a terra, um camponês. A história é interessante e alternativa das encontradas na wikipedia italiana, e foi a que escutei: teriam apresentado uma banheira para um habitante do sul italiano, que desconhecendo a sua função, resolveu colocar terra e cultivar uma horta, ao invés de usá-la para se lavar. Daí que, quando viu aquilo, um italiano do norte teria dito que aquele era um "terrone", um baita de um ignorante. 

Mas claro que essa é uma das variantes, pois na wiki conta-se que o termo difundiu-se por volta de 1600, quando os camponeses do sul migravam para o norte em busca de trabalho e terra, e foram apelidados de terrone (de 'teróne', derivação de terra). O preconceito ajudou a difundir o apelido, fortemente pejorativo e ofensivo, pelos grandes centros urbanos da porção setentrional da região italiana, e passou a designar os camponeses sub-desenvolvidos do meridional. 

Em contraposição, o pessoal do pé da bota, passou a chamar de polentone os italianos da região norte: Vêneto, em especial, e prolongamento. Ora, "polentão" - poderíamos arriscar uma versão em português - é aquele que come polenta, uma comida considerada de baixo nível e de sabor ruim pelos "terrone". Mas a polenta foi um prato essencial em épocas de crises, pois era barata e qualquer um poderia preparar, além de muito apreciada pelo pessoal do norte. 

Também poderia-se interpretar que um "polentão" é uma pessoa preguiçosa, de movimentos lentos. Daí até surgiria uma ofensa, mas daqueles que conheci do norte, pouco se importavam com o termo, e davam risada. Enquanto que chamar de terrone algum habitante da região sul da Itália, é muito ofensivo e deve ser evitado. 

Ao contrário da maioria dos países europeus, na Itália não existe uma aparência típica. Os italianos apresentam uma grande diversidade de características físicas. O povo italiano é basicamente divido em: uma mistura de Celtas e Romanos no Norte, Romanos no Centro e uma mistura de Gregos e Romanos no Sul, formando uma grande diversidade de aparências físicas. 

No Sul da Itália é maior a freqüência do tipo mediterrânico: olhos e cabelos escuros, pele amorenada e estatura mediana-baixa. No Norte da Itália, de influência celta, predomina o tipo alpino: pessoas de pele clara, olhos e cabelos claros e estatura mediana-alta. O Centro italiano é uma transição entre o Sul e Norte. De uma maneira geral, os italianos são considerados um povo mediterrânico. 


Abraço
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