Caracterize brevemente as concepcoes de realidade de heraclito, parmenides e democrito. Apontando as divergencias e convergências existentes entre elas.
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Resposta:
Heráclito de Éfeso (540 c.C. e 476 a.C.) A realidade é o devir, onde nada permanece imóvel, mas tudo se move, tudo muda, tudo se transforma, sem cessar e sem exceção.
Portanto nada permanece e tudo devém, só o devir das coisas é permanente, e essas só têm realidade justamente neste perene devir.
O devir, por sua vez, é um contínuo conflito dos opostos do universo, que se alternam em uma perene luta de um contra o outro. Deste contraste nasce uma harmonia universal das coisas que constitui a partir daqui a forma e realidade do universo.
Acreditava que o fogo era esse principio original, a physis, porque o fogo expressa as características da perene mutação, do contraste, da harmonia.
Parmênides (530 a.C. e 460 a.C.) Sua visão da realidade se configura oposta a de Heráclito, porque Parmênides necessita de um cenário plenamente estável para buscar seu discernimento do que é possível racionalmente atribuir uma existência.
Ao discordar de uma realidade que não seja estável, cria uma distinção entro mundo da aparência e o mundo da realidade, a qual se encontra além de nossa experiência sensível, residindo no pensamento onde as coisas têm uma única forma imutável de ser.
O grande princípio de Parmênides, que para ele é o próprio princípio da verdade, é este: o ser é e não pode não ser; o não ser não é e não pode ser de modo algum. O ser, portanto, é e deve ser afirmado, o não ser não é e deve ser negado.
Então, em Parmênides, o ser é a única coisa pensável e exprimível; qualquer pensar é pensar o ser; ao contrário o não ser é de todo impensável, inexprimível e, portanto, impossível.
Isto significa que a racionalidade do real e a razão humana são da mesma natureza. Mas para poder pensar o ser, o homem deve seguir o caminho da verdade, e afastar-se do caminho da opinião, formada por seus hábitos, percepções, impressões sensíveis, que são ilusórias, imprecisas, mutáveis.
Demócrito (460 - 371 a.C.), é impossível o não ser. O ser é pleno, o não ser é o vazio. As coisas nascem quando se juntam e a morte é a separação das coisas. O que origina as coisas reais é um infinito número de corpos que são invisíveis porque tem um volume muito pequeno.
Esses corpos são os átomos que em grego significa não divisível. Eles não são divisíveis porque se fossem divisíveis ao infinito eles iriam se dissolver no vazio. Os átomos são naturalmente indestrutíveis, não criados e imutáveis.
Os nossos sentidos não conseguem perceber o átomo, mas a nossa inteligência consegue conhece-los. A qualidade de todos os corpos depende da forma e da ordem dos átomos que os compõem.
O movimento dos átomos é giratório e eles ao girar chocam-se em todas as direções produzindo um vértice e través desse movimento são gerados infinitos mundos que se criam e se dissolvem também infinitamente.
A imagem que emana do átomo produz nas pessoas uma sensação, essas sensações são percebidas através do tato que é gerado pelo contato dos átomos com o corpo das pessoas.
Porém, nosso conhecimento ainda é limitado. Além de limitado o conhecimento modifica-se de pessoa para pessoa e vai depender também das circunstâncias. Esse conhecimento não nos dá um critério incontestável para definirmos a verdade e a falsidade, o que é a realidade.
Estes pensadores pré-socráticos tinham em comum , a busca da explicação sobre a origem do pensamento e como percebemos a realidade, porém cada um deles, procurou em sua própria racionalidade esse entendimento: do princípio gerador, a physis e do movimento resultante, o devir.