Características imperialistas da Alemanha
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Resposta:
Dá-se o nome de Império Colonial Alemão à série de territórios nos continentes africano, asiático e oceânico administrados por Berlim entre os anos de 1883 e 1919. Com a recente unificação da Alemanha em 1871, sob o nome de Império Alemão (ou Segundo Reich, sendo o primeiro o Sacro Império Romano Germânico, que existiu de 962 a 1806). O Império Alemão (Deutsches Reich) constituía um estado nacional moderno, de recente e pujante industrialização, onde em muitas áreas da economia e comércio o país já rivalizava ou até mesmo ultrapassava o Império Britânico, a grande potência da época.
É frequentemente destacada a má vontade do chanceler alemão, Otto von Bismarck, no que tange a política colonial alemã, e a tarefa da conquista de colônias, que à época estavam se esgotando, sendo todos os territórios "colonizáveis" ocupados nas últimas décadas do século XIX. Bismarck não se entusiasmava com a perspectiva de adquirir possessões coloniais distantes da Europa. Para o chanceler alemão, o verdadeiro jogo do poder estava no continente europeu, não tendo qualquer importância o que acontecia em outras terras, em territórios distantes.
Porém, o crescente progresso do país, de acordo com a visão da opinião pública alemã da época, carecia de um império colonial condizente com a posição de destaque que a Alemanha ia obtendo. A expressão em voga era de que a Alemanha necessitava ter o seu "lugar ao sol" entre as potências europeias, e a falta de colônias significaria estar um passo atrás dos outros. A Conferência de Berlim, encontro onde a grosso modo se deu a partilha do continente africano, só serviu para aumentar o interesse na constituição de um império colonial por parte da Alemanha. Desse modo, em defesa da aquisição de colônias vinham os argumentos, principalmente dos nacionalistas, de obtenção de matéria-prima barata, incremento do comércio com a aquisição de portos exclusivos, além do sentimento de orgulho nacional que envolvia tal conquista. É neste cenário que as primeiras colônias são estabelecidas, a África do Sudoeste Alemã (atual Namíbia) e as colônias da chamada África Ocidental Alemã (atuais Togo (Togoland) e Camarões (Kamerun)).
Meses depois serão constituídas as colônias da África Oriental Alemã (atuais Tanzânia, Ruanda e Burundi, com pequenas partes atualmente pertencentes a Moçambique e Quênia), Wituland (encrave no litoral do atual Quênia) e os territórios alemães do Pacífico Sul (divididos em duas entidades: a) Nova Guiné Alemã, atualmente a metade norte de Papua Nova Guiné, o norte de Ilhas Salomão, o norte das Ilhas Marianas, Micronésia, Palau, Nauru e Ilhas Marshall; e b) Samoa Alemã, atualmente o Estado Independente de Samoa). Em 1898 ocorreria a última importante aquisição, o território de Tsingtao (Qingdao), no nordeste da China, território arrendado à Alemanha pelo Império Chinês em moldes similares aos de Hong Kong e Macau por britânicos e portugueses, respectivamente.
Militaristas, nacionalistas e até mesmo o Kaiser Guilherme II reconheciam que tais territórios não se constituíam entre os mais expressivos em riquezas e recursos estratégicos, seja no aspecto econômico, político ou geográfico. Reconhecidamente, a Alemanha havia chegado tarde na corrida colonial, e muitos de seus territórios não davam o retorno financeiro que se esperava. Nem mesmo a colonização por parte de nacionais alemães era efetiva, sendo poucos os que se decidiam por tentar a vida em alguma das colônias.
O Império colonial alemão teria pouca duração. Logo estouraria a Primeira Guerra Mundial, e grande parte de seus territórios ultramarinos seriam invadidos por britânicos, japoneses e franceses. O Tratado de Versalhes, que marcaria a rendição humilhante da Alemanha ante os Aliados daria um fim às possessões coloniais germânicas, que seriam divididas de acordo com o esforço de guerra de cada um dos colaboradores