Características da musica atonal (atonalismo) do século XX: RESPONDER
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Embora a música sem um centro tonal já tivese sido escrita anteriormente - por exemplo, na Bagatelle sans tonalité, de Franz Liszt, em 1885 - foi no século XX que o termo atonalidade começou a ser aplicado especialmente às peças escritas por Arnold Schoenberg e às da Segunda Escola de Viena. Essas obras surgiram a partir do que foi descrito como a "crise da tonalidade" entre o final do século XIX e início do século XX na música erudita europeia. Esta situação foi se acentuando historicamente através da utilização crescente, ao longo do século XIX, de
acordes ambíguos, menos inflexões harmônicas prováveis e inflexões melódicas e rítmicas as mais incomuns possível dentro do estilo[s] da música tonal. A distinção entre o normal e o excepcional se tornou cada vez mais difícil e, como resultado, houve um afrouxamento dos laços sintáticos através dos quais tons e harmonias se relacionavam entre si. As conexões entre as harmonias eram incertas, mesmo no nível mais elementar de acorde a acorde. Nos níveis mais elevados, os relacionamentos harmônicos e suas implicações tornaram-se tão frágeis que quase não funcionavam. Na melhor das hipóteses, as possibilidades do sistema desse estilo tornaram-se obscuras; na pior das hipóteses, elas foram se aproximando de uma uniformidade que oferecia poucas orientações tanto para a composição quanto para escuta. [1]
A primeira fase, conhecida como "atonalismo livre" ou "cromatismo livre", envolveu uma tentativa consciente de evitar a harmonia diatônica tradicional. Obras desse período incluem a ópera Wozzeck (1917-1922), de Alban Berg, e Pierrot Lunaire (1912), de Schoenberg.
A segunda fase, iniciada após a I Guerra Mundial, é marcada por tentativas de criar um método sistemático de compor sem tonalidade. O mais famoso é o método de composição com doze tons ou técnica dodecafônica. Esse período incluiu Lulu e a Suíte Lírica, de Berg, o Concerto para Piano de Schoenberg, seu oratório Die Jakobsleiter e numerosas pequenas peças, assim como seus dois últimos quartetos para cordas. Schoenberg foi o maior inovador do sistema. Anton Webern foi seu aluno.
Olivier Messiaen, seria tomado como inspiração para o serialismo (du Noyer 2003, 272).
A palavra atonalidade surgiu como um termo pejorativo para condenar a música na qual os acordes eram organizados aparentemente sem coerência. Na Alemanha nazista, a música atonal foi atacada como "bolchevique" e rotulada como degenerada (Entartete Musik). Muitos compositores tiveram suas obras proibidas pelo regime, e essas obras não puderam ser tocadas antes do fim da Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Escola de Viena, e particularmente a composição de doze tons, foi assumida pelos compositores de vanguarda na década de 1950 como a base da música nova, que levou ao serialismo e outras formas de inovação musical. No pós-guerra, destacaram-se, entre os compositores dessa vertente, Pierre Boulez, Karlheinz Stockhausen, Luciano Berio, Krzysztof Penderecki e Milton Babbitt. Muitos compositores escreveram música atonal após a guerra, incluindo Elliott Carter e Witold Lutoslawski. Após a morte de Schoenberg, Igor Stravinsky começou a escrever músicas com uma mistura de elementos de música serial e música tonal (du Noyer 2003, 271). Iannis Xenakis compunha com base em fórmulas matemáticas e viu também a expansão das possibilidades tonais como parte de uma síntese entre o princípio hierárquico e a teoria dos números - princípios que têm dominado a música pelo menos desde o tempo de Parmênides