Geografia, perguntado por gabiihenz, 7 meses atrás

características da integração e suas desigualdades​

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Respondido por mariaedumarott
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Resposta:

A desigualdade econômica é perceptível em quase todos os países do mundo e até mesmo dentro de um mesmo país. Por ser um tema pertinente e relevante em contextos políticos, acadêmicos, sociais e econômicos, é importante que entendamos as suas causas. Neste texto, portanto, abordaremos cinco causas relacionadas à desigualdade econômica, com o objetivo de oferecer uma visão ampla desse problema histórico e estrutural.

O que é desigualdade econômica?

A desigualdade econômica se caracteriza pela distribuição desigual de renda em determinada região, sendo influenciada por fatores históricos, sociais e pela falta de investimento em políticas sociais.

Existem diversas formas de se medir a desigualdade social e econômica de um país, através de indicadores usados como meio de comparação entre países e regiões. Entre elas estão a renda per capita, ou seja, a soma de todos os salários dividida pelo número de habitantes. Nesse caso, a medida será relativa a contextos populacionais e geográficos e nem sempre será a melhor forma de mensurar as desigualdades de um país, já que desconsidera diferentes classes sociais. Existe também o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que serve como um indicador geral de qualidade de vida, considerando fatores como expectativa de vida ao nascer e o acesso à educação.

Além desses indicadores, o estatístico italiano, Corrado Gini, desenvolveu, em 1912, o Coeficiente de Gini, que se tornou o principal indicador para medir desigualdade de renda. Para isso, o Coeficiente de Gini relaciona a percentagem de pessoas com a percentagem de renda em determinado país. O resultado em pontos percentuais é multiplicado por 100, e resulta em uma escala de 0 a 1, onde 0 corresponde à completa igualdade (todos recebem a mesma renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (uma pessoa recebe toda a renda nacional). Não existe nenhum país em absoluta igualdade ou absoluta desigualdade, embora a distância entre os países mais desiguais e mais iguais seja bastante significativa.  

De acordo com as estimativas mais recentes do Banco Mundial, os cinco países mais desiguais são a República do Congo, Botswana, Haiti, Namíbia e África do Sul – exceto pelo Haiti, que fica na América Central, os outros são países africanos. Em contraste, os países menos desiguais são Ucrânia, Eslovênia, Noruega, República Eslovaca e República Checa, todos países europeus.

Em 2016, o Brasil apresentou um índice de 0.5130, que o classificou como décimo país mais desigual do mundo e representou um acréscimo de 0,99% em relação a 2015. Além disso, possui índices piores que o de países vizinhos, como Argentina, Peru e Bolívia. Já em 2017, o índice de desigualdade de renda no Brasil apresentou um crescimento acelerado, subindo 1,64% e mantendo a posição brasileira no ranking mundial.  

Leia mais: Desigualdade no Brasil: os mapas da desigualdade de São Paulo e do Rio de Janeiro

As causas da desigualdade econômica

1. Heranças coloniais

A herança colonial é um fator comum em quase todos os países da América Latina e da África, especialmente aqueles que foram colonizados por países como Portugal, Espanha, Inglaterra e França. Para o propósito deste texto, vamos focar no Brasil. É evidente que a formação da estrutura sociopolítica e econômica do nosso país foi profundamente influenciada por uma estrutura colonial hierárquica, centralizada e discriminatória, onde havia pouco interesse em distribuir riquezas, dar direitos políticos à população local e incluí-la na administração e consumo de produtos nativos. Durante o período de dominação portuguesa, a maior parte da produção local brasileira era drenada pelo mecanismo de circulação colonial, já que os preços dos produtos metropolitanos eram altíssimos e mais de 90% da renda disponível era concentrada nas mãos dos poucos proprietários de engenhos e plantações.

Os povos ibéricos (vindos de Portugal e Espanha), pelos quais fomos colonizados, trouxeram um modelo de colonização marcado pelo uso intensivo da mão-de-obra escrava e da estrutura latifundiária, que serviu para consolidar um sistema econômico exclusivo, já que colocava grandes partes da terra nativas nas mãos de poucos. As raízes da nossa sociedade são, portanto, altamente desiguais.

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