Características da escravidão negra no Brasil
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A escravidão no Brasil teve nos maus tratos e na violência do sistema, um de seus mais importantes agentes. A estrutura econômica do período, aliada a uma moral ainda receptiva à escravização de outros seres, serviram como elementos dinâmicos na construção e perpetuação desse sistema no Novo Mundo e no Atlântico[10]. Essas características tiveram papel fundamental no relacionamento de brancos e negros e na dinâmica do uso desse tipo de mão-de-obra nos trópicos lusitanos. Desse modo, “os escravos negros, trazidos originalmente da África para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar do Nordeste, tornaram-se as pedras angulares da economia brasileira”[11]. Ao longo das últimas décadas, diversos historiadores, de posições políticas e ideológica diferenciadas, têm atestado o caráter brutal desse regime, durante seu período de existência no Brasil.
Os maus tratos a que foram submetidos os escravos provenientes da África, bem como aqueles de origem indígena, foram atestados por todos aqueles que fizeram estudos sobre essa temática. No entanto, pesquisas atuais tem apontado para novas possibilidades de adaptação desse sistema e os mecanismos dos quais cativos e senhores fizeram uso na construção do escravismo brasileiro. Em especial, essa nova historiografia tem ressaltado a não-passividade do negro e sua busca em tentar conciliar sua condição de cativo com perspectiva de melhorias econômicas e sociais a médio e longo prazos. Sobretudo, vê-se atualmente uma historia em que os escravos não são concebidos como sujeitos reificados, mas que conseguem, mediante negociação e conflito, conquistar maiores espaços no fechado mundo escravista brasileiro[12].
A pintura aqui exposta tem como autor o pintor francês Jean Batist Debret (1768 – 1848) e evoca bem a constatação da brutalidade do sistema escravista brasileiro. No entanto se é destacado no primeiro plano a violência do sistema, sempre é bom lembrar que “cada uma dessas realizações tem uma linguagem, e entendê-las nesses termos é um importante estágio de investigação. Discernir [...] a sintaxe de sua expressão, as imagens usadas e o simbolismo empregado é relacioná-la a uma prática de conduta, de crença ou de entendimento”[13]
Nessa obra, o olhar de quem observar é levado a destacar, de forma brutal, o espancamento de um negro que se encontra totalmente imobilizado por cordas, sendo açoitado com uma vara sem conseguir esboçar qualquer tipo de reação. Despido, ele apenas pode gritar enquanto é açoitado pelo feitor. Suas roupas estão colocadas no canto direito do que parece ser a casa grande da fazenda retratada na pintura.
O feitor, de pele branca, castiga e açoita o negro. Ele encontra-se vestido, o escravo não, ele tem poder, o escravo não. Essas evidências vêm comprovar a versão apresentada por todos aqueles que viram no escravismo brasileiro uma fonte de reificação do negro. A brutalidade dos açoites demonstra de modo assaz contundente que nesse sistema não tinha o negro nenhuma possibilidade de resistência. Era um sistema que pela brutalidade gerava mais violência tornando a todos, escravos e livres, propensos ao uso constante da força.
Com base no que foi colocado acima deve-se nesse ponto chamar a atenção dos alunos para que percebam de que maneira o sistema foi inserido no Brasil. É importante destacar que sofrimentos e maus tratos foram par constante da população cativa. No entanto, é preciso não esquecer que “a escravidão foi reinterpretada como um sistema socialmente coercitivo, porém passível de adequações, resistências, acomodações, negociações e pactos sociais”[14].
É interessante aqui observar como Debret caracterizou a violência e os maus tratos do sistema escravista brasileiro. Francês e adepto das idéias defendidas pela Revolução de 1789, ele, como poucos, soube retratar esse sistema fazendo uso de sua arte para criticá-lo. Os dissabores da escravidão no século dezenove já eram tema de debates e controvérsias em todo o território nacional. A manutenção da economia agrária, baseada na mão-de-obra escrava, constituía, no entanto, um poderoso componente para que esse tipo de trabalho permanecesse no Brasil.
Debret soube, como poucos, observar as sutilezas e adaptações do escravismo brasileiro. Essa elasticidade e enquadramento à diversidade
regional e social de um país tão grande permitiram que este tipo de trabalho perdurasse por longos três séculos e meio.
Se observamos detidamente o segundo e terceiro planos dessa imagem, iremos perceber outras cenas. Mais ao fundo tem-se um escravo amarrado a uma árvore sendo açoitado. Fenômeno intrigante é que quem executa o açoitamento é um negro. Para ampliar essa visão tem-se ainda duas escravas negras que observam a cena. Elas não estão em prantos ou tentando evitar os maus tratos. Pelo contrário, parecem observar detidamente aquela cena. Parecem mesmo se deleitar. Será que aquele negro estava apanhado por ter feito algo contra seu senhor ou sua propriedade? Ou estaria ele sofre
Os maus tratos a que foram submetidos os escravos provenientes da África, bem como aqueles de origem indígena, foram atestados por todos aqueles que fizeram estudos sobre essa temática. No entanto, pesquisas atuais tem apontado para novas possibilidades de adaptação desse sistema e os mecanismos dos quais cativos e senhores fizeram uso na construção do escravismo brasileiro. Em especial, essa nova historiografia tem ressaltado a não-passividade do negro e sua busca em tentar conciliar sua condição de cativo com perspectiva de melhorias econômicas e sociais a médio e longo prazos. Sobretudo, vê-se atualmente uma historia em que os escravos não são concebidos como sujeitos reificados, mas que conseguem, mediante negociação e conflito, conquistar maiores espaços no fechado mundo escravista brasileiro[12].
A pintura aqui exposta tem como autor o pintor francês Jean Batist Debret (1768 – 1848) e evoca bem a constatação da brutalidade do sistema escravista brasileiro. No entanto se é destacado no primeiro plano a violência do sistema, sempre é bom lembrar que “cada uma dessas realizações tem uma linguagem, e entendê-las nesses termos é um importante estágio de investigação. Discernir [...] a sintaxe de sua expressão, as imagens usadas e o simbolismo empregado é relacioná-la a uma prática de conduta, de crença ou de entendimento”[13]
Nessa obra, o olhar de quem observar é levado a destacar, de forma brutal, o espancamento de um negro que se encontra totalmente imobilizado por cordas, sendo açoitado com uma vara sem conseguir esboçar qualquer tipo de reação. Despido, ele apenas pode gritar enquanto é açoitado pelo feitor. Suas roupas estão colocadas no canto direito do que parece ser a casa grande da fazenda retratada na pintura.
O feitor, de pele branca, castiga e açoita o negro. Ele encontra-se vestido, o escravo não, ele tem poder, o escravo não. Essas evidências vêm comprovar a versão apresentada por todos aqueles que viram no escravismo brasileiro uma fonte de reificação do negro. A brutalidade dos açoites demonstra de modo assaz contundente que nesse sistema não tinha o negro nenhuma possibilidade de resistência. Era um sistema que pela brutalidade gerava mais violência tornando a todos, escravos e livres, propensos ao uso constante da força.
Com base no que foi colocado acima deve-se nesse ponto chamar a atenção dos alunos para que percebam de que maneira o sistema foi inserido no Brasil. É importante destacar que sofrimentos e maus tratos foram par constante da população cativa. No entanto, é preciso não esquecer que “a escravidão foi reinterpretada como um sistema socialmente coercitivo, porém passível de adequações, resistências, acomodações, negociações e pactos sociais”[14].
É interessante aqui observar como Debret caracterizou a violência e os maus tratos do sistema escravista brasileiro. Francês e adepto das idéias defendidas pela Revolução de 1789, ele, como poucos, soube retratar esse sistema fazendo uso de sua arte para criticá-lo. Os dissabores da escravidão no século dezenove já eram tema de debates e controvérsias em todo o território nacional. A manutenção da economia agrária, baseada na mão-de-obra escrava, constituía, no entanto, um poderoso componente para que esse tipo de trabalho permanecesse no Brasil.
Debret soube, como poucos, observar as sutilezas e adaptações do escravismo brasileiro. Essa elasticidade e enquadramento à diversidade
regional e social de um país tão grande permitiram que este tipo de trabalho perdurasse por longos três séculos e meio.
Se observamos detidamente o segundo e terceiro planos dessa imagem, iremos perceber outras cenas. Mais ao fundo tem-se um escravo amarrado a uma árvore sendo açoitado. Fenômeno intrigante é que quem executa o açoitamento é um negro. Para ampliar essa visão tem-se ainda duas escravas negras que observam a cena. Elas não estão em prantos ou tentando evitar os maus tratos. Pelo contrário, parecem observar detidamente aquela cena. Parecem mesmo se deleitar. Será que aquele negro estava apanhado por ter feito algo contra seu senhor ou sua propriedade? Ou estaria ele sofre
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Se há algum tipo de pagamento, ele assume alguma das seguintes formas: não ultrapassa o nível de subsistência ou fica pouco acima deste; é remunerado com bens, que geralmente não são desejados e/ou que não podem ser trocados ou que são difíceis de serem trocados por outra coisa; ou o pagamento consiste, total ou em sua maior parte, na quitação de um débito ou obrigação criado sob coação, ou que pertence a uma outra pessoa. O trabalho em condições semelhantes às de escravidão é instituído mais facilmente junto a trabalhadores migrantes (bóias-frias no Brasil), os quais viajam (ou são levados) para locais distantes da terra natal, muitas vezes de difícil acesso. O distanciamento evidencia as características físicas, étnicas ou culturais que os diferenciam da população em geral da região, e quase sempre dificulta ou torna pouco provável que consigam despertar o interesse das autoridades locais para as condições degradantes de trabalho em que vivem.
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