Capítulo II [. ] A Corte estava então animada e não tinha esta cruel monotonia que eu sinto aqui através das tuas cartas e dos jornais de que sou assinante. Minha casa era um ponto de reunião de alguns rapazes conversados e algumas moças elegantes. Eu, rainha eleita pelo voto universal. De minha casa, presidia aos serões familiares. Fora de casa, tínhamos os teatros animados, as partidas das amigas, mil outras distrações que davam à minha vida certas alegrias exteriores [. ]. Um dia meu marido pediu-me como obséquio especial que eu não fosse à noite ao Teatro Lírico. Dizia ele que não podia acompanhar-me por ser véspera de saída de paquete1. Era razoável o pedido. Não sei, porém, que [. ] eu respondi peremptoriamente que havia de ir ao teatro, e com ele. Insistiu no pedido, insisti na recusa. Pouco bastou para que eu julgasse a minha honra empenhada naquilo. Hoje vejo que era a minha vaidade ou o meu destino. Eu tinha certa superioridade sobre o espírito de meu marido. O meu tom imperioso não admitia recusa; meu marido cedeu a despeito de tudo, e à noite fomos ao Teatro Lírico. Havia pouca gente e os cantores estavam endefluxados2. No fim do primeiro ato meu marido, com um sorriso vingativo, disse-me estas palavras rindo-se: – Estimei isto. – Isto? perguntei eu franzindo a testa. – Este espetáculo deplorável. Fizeste da vinda hoje ao teatro um capítulo de honra; estimo ver que o espetáculo não correspondeu à tua expectativa. – Pelo contrário, acho magnífico. – Está bom. Deves compreender que eu tinha interesse em me não dar por vencida; mas acreditas facilmente que no fundo eu estava perfeitamente aborrecida do espetáculo e da noite. [. ] *Vocabulário: 1paquete: antigos navios de luxo. 2endefluxados: resfriados. A linguagem predominante nesse texto é científica. Coloquial. Jornalística. Padrão. Regional.
Soluções para a tarefa
Resposta:
E) Regional
Explicação:
Eu creio que é regional, pois cientifica não tem nada a ver, coloquial é uma forma normal, jornalística não tem como ser também, padrão também não, então sobra a regional, a que mais combina e faz sentindo porque no texto tem várias palavras típicas de região.
Sobre o texto sob análise, a linguagem predominante é a seguinte:
- Padrão.
Linguagem padrão
A linguagem padrão da língua portuguesa é aquele que observa a norma culta, ou seja, ela se preocupa com a gramática normativa da língua. Nessa forma de linguagem não há a utilização de gírias, nem de formas reduzidas que não se encaixem na norma culta.
Assim, a predominância da linguagem do texto sob análise é de uma norma culta, porque ele se utiliza das palavras de forma correta e coesa, sem a utilização de gírias, abreviações, coloquialismo, linguagem científica ou outro gênero.
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