CAPÍTULO I – O SERTÃO E O SERTANEJO
Todos vós bem sentis a ação secreta
Da natureza em seu governo eterno;
E de ínfimas camadas subterrâneas
Da vida o indício à superfície emerge.
(Goethe, Fausto, segunda parte)
Então com passo tranquilo, metia-me eu por algum recanto da floresta, algum lugar deserto, onde nada me indicasse a mão do homem, nem me denunciasse a servidão e o domínio; asilo em que pudesse crer ter primeiro entrado, onde nenhum importuno viesse interpor-se entre mim e a natureza.
(Jean-Jacques Rousseau, O Encanto da Solidão)
Corta extensa e quase despovoada zona de parte sul-oriental da vastíssima província de Mato Grosso a estrada que da Vila de Sant’Ana do Paranaíba vai ter ao sítio abandonado de Camapuã. Desde aquela povoação, assente próximo ao vértice do ângulo em que confinam os territórios de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso até ao Rio Sucuriú, afluente do majestoso Paraná, isto é, no desenvolvimento de muitas dezenas de léguas, anda-se comodamente, de habitação em habitação, mais ou menos chegadas umas às outras; depois, porém, rareiam as casas, mais e mais, e caminham-se largas horas, dias inteiros sem se ver morada nem gente até ao retiro de João Pereira, guarda avançada daquelas solidões, homem chão e hospitaleiro, que acolhe com carinho o viajante desses alongados páramos, oferece-lhe momentâneo agasalho e o provê da matalotagem precisa para alcançar os campos de Miranda e Pequiri, ou da Vacaria e Nioac, no Baixo Paraguai.
Ali começa o sertão chamado bruto.
TAUNAY, Alfredo d’Escragnolle (Visconde de). Inocência. São Paulo: Núcleo, 1998. p. 13.
Representante da vertente regionalista do Romantismo brasileiro, o romance Inocência, do Visconde de Taunay, inicia-se caracteristicamente por meio de pelo
menos dois recursos típicos do período:
a.
a predominância da natureza virgem sobre o homem ingênuo e a crítica ao sertanejo.
b.
a descrição precisa de onde se passará a história e a narração do acontecimento principal.
c.
as epígrafes românticas que dialogam com o romance e a descrição do local e do sertanejo.
d.
a localização do cenário inóspito e a inserção do protagonista nessa paisagem romântica.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Olá, tudo bem
O exercício é sobre interpretação de texto
Interpretar um texto é saber o que dizem as linhas e entrelinhas com o qual ele foi feito.
É entender todas as palavras utilizada e o contexto onde as palavras foram utilizadas.
Por exemplo: inumação
Significado: sepultamento
Contexto : evitando-se o sol se faz sentir o sepultamento da flora
Mais algumas dicas para interpretar um texto:
Leia primeiro as perguntas, assim você já fica antenado se algo parecido acontecer no texto;
Leia o texto diversas vezes;
Faça um resumo do texto para que você o explique para você mesma;
Risque e rabisque o texto, faça anotações
Leia a ponto de acrescentar ideias novas ao texto.
Vamos ao exercício
No trecho, o autor:
a) apresenta o sol como símbolo das forças da natureza que atuam sobre o homem e descreve as ações humanas para sobreviver em condições extremas, na floresta ou no sertão.
ERRADO. Não descreve as condições humanas para sobreviver na floresta e nos sertões.
b) ressalta as peculiaridades do sertão, em comparação com a vegetação da floresta, descrevendo-o como um lugar hostil, onde o sol aparece como um elemento que ameaça a vida.
CORRETA. O sol é o inimigo que se quer combater, iludir, evitar.
c) expõe argumentos que explicam por que o sol é essencial para a vida no sertão e justifica seu ponto de vista mostrando como a vegetação sertaneja se adapta para obter claridade.
ERRADA. Opõe a falta de sol nas florestas e a grande presença dele nos sertões.
d) recorre à linguagem figurada para descrever o sertão como um lugar tranquilo, em que a luz do sol se impõe como um chamado para que se aproveite cada instante vivido.
ERRADA. O sol, no sertão, é um inimigo a se combater.
Saiba mais sobre interpretação de texto, acesse aqui:
brainly.com.br/tarefa/25654846
Sucesso nos estudos!!!