Cada trecho do texto adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342 é acompanhado de uma alternativa explicativa em relação ao excerto e só uma das alternativas está correta. Algumas delas extrapolam a informação do texto e outras podem reduzir essas informações. Atenção! Considerando os parágrafos a seguir (em negrito, nas caixas), qual das alternativas é a correta:
Escolha uma:
a.
No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
a) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
b.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
b) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
c.
Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus. (…)
c) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus.
d.
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa – e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço.
d) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores.
e.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos. Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África – como Matias Moreira, residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
e) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
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Letra E: os portugueses buscaram evitar que houvesse a transmissão cultural entre os africanos para os colonos e principalmente para os senhores, o que foi inevitável, visto que a transmissão cultural é inerente à convivência humana prolongada.
A penetração da cultura africana entre alguns senhores e entre alguns clérigos ocorreu durante o período colonial, de modo que a cultura africana resistiu aos séculos e podemos percebê-la no país até hoje.
Abraços!
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