Cada religião e cada cultura possui sua própria narrativa de criação. Marque a alternativa CORRE-
TA sobre o tema.
a) As narrativas de criação estão ligadas apenas à imanência. Elas fornecem uma visão cientifica
do mundo, e devem por isso ser ensinadas em todas as escolas.
b) As narrativas de criação estão ligadas também a transcendencia. Elas ajudam na construção
do sentido da vida, pois atribuem significado ao mundo e á vida humana.
c) Existe apenas uma narrativa de criação, a citada acima.
d) Muitas pessoas não encontram sentido para suas vidas devido às narrativas de criação.
Soluções para a tarefa
Resposta:
B
Explicação:
As narrativas de criação estão ligadas também à transcendência. Logo, a alternativa B é a correta.
As narrativas de criação atribuem significado ao mundo e à vida humana. É isto que encontramos nos mitos gregos e na narrativa judaico-cristã situada no Gênese do Antigo Testamento.
O mito é uma estrutura de consciência cheia de crenças. São narrativas simbólicas sacralizadas. É o primeiro modo de organização do pensamento humano e trata, em suma, da origem das coisas, do mundo e do próprio homem.
Neste sentido preciso, o mito, por definição, só existe na antiguidade. Nós herdamos dos nossos antepassados tais crenças e estruturas de consciência - e podemos rejeitá-las ou aceitá-las, desprezá-las ou compreendê-las.
O próprio nascimento da filosofia com figuras como Tales de Mileto representa uma passagem do mito à análise racional que culminaria em Sócrates, Platão e Aristóteles. Em Tales ainda há uma mistura da tradição mito-poética com a vindoura tradição racional-científica. Quando ele diz que a "água é o princípio de tudo", o que há ali é uma expressão individual, um misto de esforço racional e crença no sagrado. Esta "água" de Tales não deixa de ser um deus disfarçado, ainda que sua afirmação se baseie no puro raciocínio e haja uma recusa das explicações míticas ou alegóricas.
O papel central que o mito exercia e exerce tem a ver com o fenômeno central da vida: compreendê-la, mesmo em nossas circunstâncias aparentemente distantes das narrativas originais.
Sendo um esforço de elucidação do abismo de subjetividade que a nossa alma guarda em diversas formas - ressentimento e sublimidade, por exemplo - o mito não deixa de expor o movimento humano em busca de um domínio de si mesmo e do mundo.
É esta tentativa de ordenamento do mundo desde a sua origem, pela via alegórica, que permite a criação de mitologias análogas nos dias de hoje, sem o alcance palpável das mitologias grega, nórdica e egípcia, por exemplo - e sem o apelo sagrado que tais teogonias exerciam na consciência daquelas civilizações.
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